UM BRINDE AO ANO QUE ESTÁ QUASE A CHEGAR
UM BRINDE AO ANO QUE ESTÁ QUASE A CHEGAR
*
Vagarosos, vagarosos,
Deuses de vários formatos,
Traçam seus planos abstractos,
Desatentos, mas teimosos,
Por vezes tão rigorosos
Que chegam a ser exactos
E sempre incluem maus tratos,
Onde lhes pedimos gozos...
Serão todo-poderosos,
Mas só fazem desacatos.
*
Nós, também. É bem sabido
Que “criado”e “criador”
Vão do melhor ao pior,
Nem sempre fazem sentido
Neste mundo dividido
Entre amor e a extrema dor
De quem seja seguidor
Ou de quem seja seguido...
Estará o mundo perdido
Nalgum mundo, em seu redor?
*
Não posso sabê-lo ao certo,
Nem me atrevo a responder...
Venha lá o que vier,
É melhor nem estar por perto
Se este mundo, armado em esperto,
Trocar amor por poder!
Se não me puder esconder,
Fico. Mesmo em espaço aberto,
Passarei por esse aperto
Sem nada poder fazer...
*
Entretanto, o tempo passa
E amanhã, quem diria?,
Passa um ano, à revelia
Até dos “donos da massa”!
Chega a ter alguma graça
E uns pózinhos de ironia,
Ver que não há fantasia
Nos planos que o tempo traça
Prá fase final da raça
Que se iguala, se tardia...
*
Maria João Brito de Sousa – 30.12.2018 – 15.57h