TEMPESTADE NO MAR
TEMPESTADE NO MAR
*
I
*
Que grande, o mar nesse dia!
E como as velas vergavam
Enquanto os homens tombavam
À conta da ventania
Sem saber se esse seria
O dia em que não voltavam...
As companheiras rezavam
Mas nenhum deus as ouvia
Que o mar irado rugia
Bem mais do que elas clamavam.
*
II
*
Depois, tão subitamente
Quanto chegara, partiu,
Ficou sereno o navio,
Respirou fundo essa gente
Que vira a morte de frente
Sofrendo-lhe o sopro frio;
Chorou essa gente.. e riu,
Que assim reaje quem sente
Tão forte e profundamente
O que essa gente sentiu.
*
Maria João Brito de Sousa - 25.08.2020 - 12.55h
Tela de Rembrandt, retirada daqui