Nunca tirando ilações De ilações que outros tiraram Sem que eu soubesse porquê, Vou tomando as decisões Que em acções se transformaram Sempre que um de vós me lê… D (...)
Tanta dor, tanto problema, Tanta coisa por escrever… Mas… a mim, quem me condena Se o não conseguir fazer? Nas costas tenho uma faca, Nas pernas, a anestesia De quem (...)
Eu só te absolvo Se a tua alma deixar, se arrependida Chorar ajoelhada e decidida A resolver o que eu já não resolvo. Eu nada peço Senão este luar de horas de espanto Que (...)
Com tanta gente vulgar A dizer que pinta e escreve, Aparecer um ser lunar, Que já nem paga o que deve, A viver da poesia, Parece ser tão esquisito Que se torna uma heresia E (...)
Diz-me alguém: - “Tu estás em perigo! Tem cuidado, um velho amigo Diz que o é, mas nunca o foi!” Mas, a mim, já me não dói… Tenho é de tomar cuidado Não vá ele (...)
O telhado deste prédio Ficou todo esburacado; Faz chuva, chove cá dentro… Eu não tenho outro remédio Senão deixar que o telhado Me dê conta do talento… Foram horas, (...)
Tocar, sondar, pressentir Tantas coisas intangíveis, Como são alguns segredos, Pode fazer ressurgir Fantasmas bem mais temíveis Que os rastos de antigos medos… No (...)
Não me levem muito a sério! [levem-me a sério demais…] Posso ser perturbadora, Deitar abaixo um império Só por causa de uns pardais E, a seguir… ir-me embora! Nunca (...)
Sempre a digitalizar Horas e horas sem fim, Temo poder-me enganar, Digitalizar-me a mim… Se me torno digital Quem digitalizará Este universo real Das imagens que aqui há? (...)
Conduziu-me a tua mão, Da brancura imaculada Em que os meus dias nasceram, Às cores de outra tentação; O percorrer de uma estrada Onde os brancos se perderam… Eu, que era (...)