27.11.24 | Maria João Brito de Sousa |
Imagem Pinterest * NO SILÊNCIO EM QUE TO DIGO * * Vem! Vem sentar-te à lareira Das cinzas do meu poente... Vem, filho de toda a gente, Que eu não passo de uma obreira Destoutra estranha maneira De ser rainha e servente Da pequenez da semente Perdida na sementeira. * Se (...)
11.01.24 | Maria João Brito de Sousa |
Eu e Guida Ricardo Fotografia de Carlos Ricardo * SOBREVIVENDO ÀS MAZELAS * Pegar na dor, nas mazelas E, uma a uma, transmutá-las Em versos ou aguarelas, Talvez não seja curá-las * Mas será encontrar nelas Lacunas e ultrapassá-las Sem que nos deixem sequelas Ou (...)
30.09.23 | Maria João Brito de Sousa |
Purificação do Templo - El Greco * MODINHA DOS VENDILHÕES * No tempo dos vendilhões Anda o relógio ao contrário E enchem a pança os patrões C`o que cabe ao proletário! * É entrar meu amigo, Venha ver o que se passa: Perde o que trabalha abrigo Pró ricaço (...)
01.09.23 | Maria João Brito de Sousa |
SONETILHO II * Fui rei da vida e da morte no tempo em que era menino, mas nunca cri no destino, embora crendo na sorte... * Se fiz do verso o meu norte, vi-me em total tal desatino quando o poema - o ladino... - me exigiu; - "Mais e mais forte!" * Tomei as rédeas da vida mui (...)
29.08.23 | Maria João Brito de Sousa |
SÃO TRÊS * São três, garanto! São três! Lembro-me bem de os contar, Um por um, sem me enganar, E não mais, de cada vez... Serão pouquinhos, talvez, Mas não poderão faltar Àquilo que eu não calar Quando, em chegando os porquês, For dito que o português Não (...)
18.08.23 | Maria João Brito de Sousa |
POUCA-TERRA. POUCA-TERRA * Pouca-terra, pouca-terra… Tanta terra falta ainda, Tanto rio por navegar, Tanto cume de alta serra, Tanto trilho que não finda, Tanta praia e tanto mar! * E, do comboio que passa, Pouca-terra/muita-pressa, Na melopeia de infância, Não (...)
17.08.23 | Maria João Brito de Sousa |
CRIPTIDENTIDADES * Sou estranha, já percebeste… Sou tonta como a criança Que dá dois passos de dança E, logo a seguir, te afiança Que tem um dom que é celeste * E esquiva como um felino, Territorial, ciosa Dessa coisa misteriosa, Insondável, preciosa Que é (...)
14.05.23 | Maria João Brito de Sousa |
O POETA EM CONSTRUÇÃO * I * Deixai-o crescer, deixai-o, que um poeta com talento faz, do trabalho, argumento e como qualquer catraio vê crescer, de Maio a Maio, compassos que são sustento do seu corpo em crescimento, tanta vez sem prévio ensaio quando a sorte, de soslaio, (...)
13.05.23 | Maria João Brito de Sousa |
DÉCIMAS TERAPÊUTICAS * Ó bactéria oportunista, chiba, traidora de classe, quem dera que me bastasse este poema, ó fascista, pra domar-te eu, activista da força em que me arrolasse, mas tens-me em tão estranho impasse que, suponho, mal trespasse tua couraça elitista c (...)
11.05.23 | Maria João Brito de Sousa |
QUE PODE O VENTO FAZER? * Que pode o vento fazer Para expressar gratidão Se o seu destino é correr De alta pra baixa pressão? * Às vezes manso, calminho, Sopra em nós uma frescura Que traz alívio ao caminho Quando o calor nos tortura * Outras, porém, de rajada, S (...)