Vosso silêncio, vos juro, Me soa desafinado… Tanto assim que, no futuro, Por cada silêncio impuro Vos terei posto de lado… Vossas conversas banais, Dão-me náuseas e (...)
Em todo e cada Poeta Existe uma eternidade Que a si mesma se completa Em mono-duplicidade Assim, desfolhando rimas Como quem espalha sementes, Semeia e colhe obras-primas De (...)
Calham, por vezes, nascer-me Bolhinhas de uso excessivo Nas palmas de alguns poemas… Pr`as curar, terão de ler-me Que isto de ser criativo Pode trazer-me problemas… S (...)
Repara, amigo, repara Como os tempos vão mudando, Como a voz me não sai clara, Como os anos vão passando… Repara nestes cabelos Que se tingiram de branco, Não mais os (...)
Em boa verdade digo Que, às vezes, também me calo Pois pode haver algum perigo Em falar como aqui falo… Eu sempre fui destemida, Senhora do meu nariz, Quando sei estar protegida (...)
Destas mil coisas que arrumo Nas prateleiras da vida - sempre metodicamente – De três quartos, perco o rumo E, em querendo estar prevenida, Deveria ser diferente… Mas sou (...)
Trago poemas nas veias E, dos poemas que trago, Moldo o barro das ideias De que nasce o mesmo barro… São mil poemas-cadentes Cravados como punhais, Cicatrizes transparentes D (...)
Nós só traremos na voz Aquilo que nos sobrar Da estranha reconstrução Do que sendo, quando sós, Pudermos, depois, deixar À posterior geração. Somos retalhos de vida, Pe (...)
Vem ler-me, amigo, não temas Poemas de punho em riste! Eu só te trago estes temas Porque tu próprio os pediste… Poemas são libertários - está na sua natureza… -, Ped (...)
Amigo, eu sei o que digo E digo sempre o que faço Por isso, se és meu amigo, Não queiras torcer-me o braço! Acredito na procura, Na transcendência da vida, Na lucidez (...)