SALMOURA
Poemas tão pessoais...
Mais parecem testamentos,
Relatos, débeis lamentos
Cheios de anseios e de “ais”
Que – juraria! - jamais
Preencheriam talentos
Dos grandes, dos sempre atentos
Às lacunas dos demais,
À justiça, aos animais
E à grandeza de uns portentos
Que sabem, fazem, produzem
As maravilhas sem par
Que sempre irei venerar
Porque me espantam, seduzem
E tantas vezes reduzem
O muito que julguei dar
À pequenez do meu lar,
Aos versitos que aqui luzem
Esperando que outros os usem,
No pouco que ousei criar...
Outro “bem” que me escasseia,
Por mais que esqueça a saudade,
É o que vem dessa idade
Em que, nem bela, nem feia,
Dava mais “fruto” que “ideia”...
Hoje, se a dor me rodeia,
Mal uma sombra me invade,
Espero, enredada na teia,
A bênção de uma boleia
De um poema... ou da vontade!
Maria João Brito de Sousa – 18.01.2015 – 14.29h