POR TER SEDE, FUI À FONTE
02.09.17 | Maria João Brito de Sousa
Quis matar a minha sede,
Mas secara o fontanário
E a sede, pelo contrário,
Cresce mais, já nem se mede,
Ninguém, nem nada a impede
De ir-se tornando um fadário...
Tenho sede quanto baste
Para encher o mundo inteiro
De outra que nos vem primeiro,
De uma que não tem desgaste,
Mesmo que a água me arraste
Como às algas, num ribeiro.
Não a mato; mata-me ela,
Pois sem água ninguém vive
E a sede que tenho e tive
Não se vai, nem se protela,
Com esta gotinha dela;
Tenho sede de ser livre!
Maria João Brito de Sousa – 02.09.2017 – 22.18h
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