PONTO A PONTO, PEÇA A PEÇA
PONTO A PONTO, PEÇA A PEÇA...
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I
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Ponto a ponto construídas
Por mãos hábeis e seguras,
As peças ganham costuras
E em breve serão vestidas
Ajustadas e medidas
Sobre corpos. Mil mesuras,
Quem sabe?, algumas censuras
E eis as peças convertidas
Em roupagens coloridas;
Golas, mangas e cinturas
*
II
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Mais ou menos apertadas,
Discretas, inovadoras,
Ousadas, conservadoras,
Sempre são requisitadas
Todas as peças criadas
Pelas mãos trabalhadoras
Dos homens e das senhoras
Do corte e das tesouradas
Que sabiamente são dadas
Por gentes conhecedoras
*
III
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Cobrem-se homens ou mulheres
E criancinhas também
Com a roupa que lhes vem
Do trabalho desses seres;
Têm essas mãos saberes
Que esta minha mão não tem...
Sem olhos que vejam bem,
Quem me dera ter poderes
Pr`acabar uns afazeres
De que agora estou refém...
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Maria João Brito de Sousa - 06.08.2020 - 14.34h
Poema em décimas criado para um desafio poético no site Horizontes da Poesia
Imagem retirada daqui