"NO SILÊNCIO DE UM OLHAR"
"NO SILÊNCIO DE UM OLHAR"
*
"No silêncio de um olhar"
Já escutei, quando passava
Por alguém, bem devagar
Gritos da dor de uma escrava
*
E vi as mãos de quem escava
"No silêncio de um olhar"
A terra que desabava
Sobre alguém a sufocar
*
Na galeria sem ar
Da mina em que trabalhava
"No silêncio de um olhar"
Que, afinal, também gritava
*
Vi coisas que nem pensava
Que ali pudesse encontrar:
Há vulcões cuspindo lava
"No silêncio de um olhar"!
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Mª João Brito de Sousa
22.04.2023 - 12.50h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de MEA (Maria da Encarnação Alexandre) para uma rubrica do Horizontes da Poesia.