CORRER ATRÁS DE GAIVOTAS
CORRER ATRÁS DE GAIVOTAS
I
Corria atrás das gaivotas
Dando um nome aos sentimentos
Só parando por momentos
Pra farejar novas rotas
E os ecos de algumas notas
Já desfeitas em fragmentos
Da pungência dos talentos
Que nunca pagaram cotas
Mas disputam, sem batotas,
Um tempo nos novos tempos.
*
II
Corria atrás de uma urgência
Que não tem nem terá nome,
Quase sede, quase fome
De longínqua intercorrência
Com uma rara paciência
Que nunca haverá quem dome,
Haja embora quem a tome
Por profunda incoerência...
Tomo-a eu por dependência
Que, a mim, também me consome!
*
Maria João Brito de Sousa - 03.08.2020 - 10.00h