BARÓMETRO
16.05.15 | Maria João Brito de Sousa
Vou na barca alvoroçada
pelas vagas de marés
que inundam qualquer convés
e, não fosse eu experimentada
nesta vida de embarcada,
não fincasse eu, nela, os pés
quando ela, de lés a lés,
é, por ventos, fustigada
com força tal que, assustada,
estremeço mais que uma vez,
Talvez nunca mais voltasse
e, escondida no porão,
gritasse, à barca, que não,
que comigo não contasse,
que jamais me questionasse
sobre a minha decisão,
pois nem mesmo a punição
faria com que aceitasse,
ou que, ao menos, ponderasse,
do que eu sinto, a negação...
Maria João Brito de Sousa – 15.05.2015 – 18.11h