AOS QUE SE ACENDEM NA LUTA - Reedição
Tela de Álvaro Cunhal
*
Imagem retirada da página
do Partido Comunista Português
*
AOS QUE SE ACENDEM NA LUTA
*
Aos que se acendem na luta,
Aos que se apagam na fome,
Aos que vão morrendo em nome
De uns reais filhos da puta
Que lhes roubam, da labuta,
Quanto lucro os engordou,
Lá, onde o lucro os cegou
E onde a garra do poder
Que não pára de crescer
Cruamente se fincou
*
Sem que os direitos de um povo
Fossem, sequer, respeitados,
Garantidos, preservados,
Tudo a bem de um “mundo novo”
Que ele execra e que eu reprovo
Na palavra, nas acções
E até nas contradições
A que venha a estar sujeito
Pela mão de um burro eleito
E outros tantos aldrabões
*
A todos esses e a quantos
Sem descanso resistirem
Mesmo se um dia caírem
Na dureza dos quebrantos
- que são certeiros e tantos… -
Mas que, nem lerdos nem lentos,
Possam ficar sempre atentos
Sem mudar de direcção,
Sempre opondo a voz do não
Aos subornos truculentos
*
À luta dos companheiros,
Àqueles que nas barricadas,
Sem espingardas nem granadas,
Estão no frente a frente inteiros
Com a força de guerreiros
Que contra a barbaridade
Ergam voz, crença e vontade,
Deixo os versos que escrever...
Depois, venha o que vier,
Da Paz seremos obreiros.
*
Maria João Brito de Sousa
18.11.2013 - 21.02h
***
Poema em décimas, ligeiramente modificado