AI QUE SAUDADE... (Respondendo ao poema homónimo de Tiago Neto)
Ai que saudade
tenho de não ter podido
viver, num tempo perdido,
aquilo que aqui nos narra
ai que saudade
tenho, também, do futuro
desse a que agora não juro
poder lançar minha amarra...
Ai que saudade
das saudades que não tinha
quando pintava sozinha
e escrevia em verso branco
ai que saudade
desses dias de abundância,
de fartura, em concordância
com pais de sorriso franco...
Ai que saudade
da varanda do Dafundo
que era, então, todo o meu mundo
e também todo o meu céu,
ai que saudade
de sentir-me tão distante
de dar-me a qualquer amante
que não fosse o Tejo meu...
Ai que saudade
dessas matas do Jamor
onde aprendi, por amor,
a ser "de dentro pr`a fora",
ai que saudade
de mais tempo pr`aprender
a estar viva, a não perder
tudo o que me perde agora...
Maria João Brito de Sousa - 01.0.2016 - 12.18h
(Respondendo ao poema "Ai que Saudade..." , de Tiago Neto, pseudónimo do poeta José Narciso Chilra)