A FALHA NO SISTEMA
Como se pode viver,
Nos tempos que vão correndo,
Com as falhas que vai tendo
Qualquer sistema... qualquer?
Cinco rolos de papel
De limpar o "sim-senhor",
Um gel de banho - a compor... -
E um sabonete de mel,
De atum, só duas latinhas,
De esparguete, um pacotão
E outra latinha de grão
Mas nenhuma de sardinhas...
De feijão-frade, um frasquinho,
Um quilo de arroz Europa,
Nada pr`a lavar a roupa,
Mais um sabonetezinho,
Dois pacotes "pevidinha",
Macarronete, um pacote
E mais nada a dar-me o mote;
Trinta dias de fominha!
Contas - tantas... - por pagar...
- Não tem ninguém que lhe empreste?
Que raio de lapso este!
Mal consigo acreditar!!!
E durante trinta dias,
Estique as latinhas de atum,
Que os grãos de arroz, um a um,
Sempre of`recem garantias,
Não causando indigestão,
Se assim forem doseados
Pois, quando bem mastigados,
Compõem a refeição
E também esse feijão,
Se dois a dois cozinhados,
Com esse azeite regados,
Podem ser a solução!
Ah! Faltou-me mencionar
A bela pasta de dentes
Pr`a que brilhem, sorridentes,
Os dentes... se algum sobrar!
Maria JoãoBrito de Sousa -28.07.2016