VERDADE E... CONTRÁRIOS
Bebi verdade e contrários
De um milhão de versos vários
Nascidos de uma tal sorte
Que formaram corolários
De uns julgamentos primários…
Ninguém me adivinha o Norte!
Mil poemas, como este,
Da mesma doçura agreste,
Foram por mim cinzelados…
Tu, que me julgas a Leste,
Espelhas nos versos que leste
A mulher feita em bocados,
Mas nem mesmo adivinhaste
Donde lhe vem tal contraste,
O que a move ou por que escreve…
Dirás que talvez lhe baste
Enfrentar todo o desgaste
De quem a escrever se atreve…
Bebi mentira, invenção,
Mastiguei quanta ficção
Se engendra na “esfera azul”
Silenciando a razão
Pela qual, à criação,
Ninguém descortina o Sul…
Maria João Brito de Sousa – 06.09.2012 – 17.48h