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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

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A VOZ DE CADA POEMA

04.10.11 | Maria João Brito de Sousa

Às vezes poema é voz

Com voz própria e pode, assim,

Dizer-vos bem mais de vós

Do que vos conta de mim…

 

Fala dos vossos anseios

E dos mil pequenos medos

Que atribuís ao receio

Dele vos revelar segredos

 

Cada rebelde poema,

Sem desculpa ou explicação,

Toma as rédeas do seu tema

Negando a voz da razão

 

Gera afectos, traz desgostos,

Guarda a surpresa que esconde

Por trás de alguns dos seus rostos

[sabe-se lá como e onde…]

 

 Promete e dá ou não dá

Conforme bem lhe aprouver!

As mais das vezes, sei lá

O que ele diz sem eu saber…

 

É nas palavras-surpresa

Que, mais tarde, se revela

Vencendo a amarga incerteza

Com que se expõe sem cautela

 

Pois, fale do que falar,

Quase sempre exalta a voz

Que não pudermos calar

Assim que ele passar por nós

 


 

 

Maria João Brito de Sousa – 04.10.2011 – 11.01h