DEMASIADO LONGE?
Lá longe e voa sozinho
Aquele pardal de cidade
Que nunca largara o ninho
Nem gozara a mocidade…
Tão longe! Ninguém diria
Que uma avezinha banal
Chegasse onde não podia
Chegar mais nenhum pardal…
Voou tão longe e tão alto
Que ninguém o viu passar;
Cá em baixo, o duro asfalto,
Por cima, o brilho lunar…
Não parou… se não podia!
Se a Natureza o chamava
Nos tons de uma melodia
Que nenhum outro escutava…
Voou! Foi além da Lua,
Viu passar estrelas cadentes
Sem se opor à força crua
Que assim tentava inocentes…
Estava já longe demais
Quando, em vão, tentou voltar...
[eu, como os outros pardais,
voo o que posso voar!]
Maria João Brito de Sousa – 26.04.2011 – 19.18h
(Tão repentino como um jorro de torneira…)
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET