A PALETA DAS HORAS
24.03.11 | Maria João Brito de Sousa
Horas não podem saber
Mais do que delas sabias
Quando, à hora de esquecer,
Dessas horas te perdias
Passam horas, ficam delas
Pequenos rastos, uns nadas
De esbatidas aguarelas
Já velhas e desbotadas…
Horas que nunca se esquecem
Também as há, mas são raras
Aquelas que não esmorecem
Nas cores que lhes foram caras
São as que jamais se rendem,
De traço firme e cor viva,
E são elas que nos prendem
Quando a tela nos cativa
Horas, horas e mais horas,
Umas breves, passageiras,
E outras presas às demoras
De durar vidas inteiras…
Maria João Brito de Sousa