SORRINDO
Sorrindo, aceito
As soluções do Ego, esse imperfeito
Que aguarda o formular de uma existência
E sei que a espera
Vai desdobrar-se além, noutra quimera
Cumprindo-se, plural, nessa emergência
Sorrindo, ascendo
A tudo o que não sei, que nunca entendo
Mas que pode, talvez, saber de mim
Porque a subida
É sempre a minha única saída
E a esperança de alcançar essoutro fim
Sorrindo, escrevo
O que inteira me exalta, o que não devo
E tudo o que me nasça deste espanto
Mesmo que o mundo
Me tente amortalhar num charco imundo,
Não deixo de oferecer-lhe este meu canto!
Sorrindo, parto
Nesse exacto poente em que me farto
De assumir-me abundante em tais crescentes
Onde percorro
Este viver demais, de que então morro,
Sem mais cuidar de abrir-vos precedentes…
Maria João Brito de Sousa – 15.03.2011 -21.16h