O MEU PREÇÁRIO
No que diz respeito às telas
E ao preço que está feito,
Não cedo nem um tostão!
O que eu senti ao fazê-las…
São amores com que eu me deito,
Valem mais do que um milhão!
Nenhuma foi concebida
Sem a estranha, absurda urgência
De quem está parindo um filho
E se a alguém eu devo a vida
É a essa incoerência
De persistir no meu trilho
Quando o mundo me pedia,
Urgentemente, o vulgar,
E as mãos mo recusavam,
Ninguém- ninguém! - poderia
Ocupar o meu lugar
Quando as telas me chamavam!
Por isso o preço das telas
Será aquele que está feito
Sem descontar um tostão
E ao pensar que vou vendê-las,
Fico amarga e não aceito
Fazê-lo a alguém sem paixão!
Maria João Brito de Sousa – 04.09.2010 – 17.14h
PS - Desculpem-me! Penso que já não vou ter tempo de abrir as caixas de correio...