NO SOLSTÍCIO DO COSTUME...
Meu amor, espero por ti
À hora menos provável
Do solstício do costume…
Nesta boca, que sorri
Num trejeito inconfessável,
Trago gelo, em vez de lume…
Do meu abrigo invisível,
Não sei senão perscrutar
Sinais de um outro universo…
Sei, pobre amor impossível,
Não te poder ofertar
Um desamor mais adverso!
Espero, portanto, por ti
À hora menos provável
Do solstício do costume…
Ai, amor, quanto eu me ri
Deste encontro/inencontrável
Sem desejo e sem ciúme!
Não te traço o meu perfil;
Não te darei quaisquer pistas
Pr`a que possas encontrar-me…
Meu convite é um ardil
E o que eu quero é que desistas
Ou nem tentes procurar-me…
Mas, a bem das aparências,
Meu amor, digo que espero
Muito embora te não queira…
Amor, as tuas ausências
São tudo aquilo que quero;
Tudo o mais… é brincadeira!
Maria João Brito de Sousa – 11.07.2010 – 09.17h