MÃOS, SERENAS MÃOS...
Mão serenas - tão serenas… -
Que vieram de tão alto
Para sofrer duras penas
Nesta imensidão de asfalto…
Mãos capazes de moldar,
Do barro, outro homem qualquer,
De construir, de sonhar,
De criar até morrer…
Mãos, luminosas candeias
Em noites mansas de Verão,
Tecendo o fio das ideias
Desta humana condição…
Mãos fortes, sendo incapazes,
Contudo, de um gesto brusco,
Mãos sensíveis, mãos audazes,
Onde me encontro, se o busco.
Mãos feitas de porcelana,
De prenúncios de desejo…
Mãos acesas como a chama
Destes olhos com que as vejo!
Maria João Brito de Sousa – 27.06.2010 – 19.58h