PINTADO DE FRESCO
Pinto de branco o cansaço
Da minha essência lunar
E, em tudo aquilo que faço,
Ponho um raio de luar…
Pinto de fresco e pintando
Descubro que o que pintei
Em vez de vir, vai ficando…
Ou sou eu que já não sei?
Deixo de mim, recebendo,
Em troca, a cor que não tinha
E, aos poucos que o forem vendo,
Deixo esta cor que era a minha…
Pinto de branco o cansaço
Da minha essência lunar
E, em tudo aquilo que faço,
Deixo um raio de luar!
Não sei que estranha alquimia
Me faz proceder assim…
Quantas cores, que hipercromia
Vislumbro dentro de mim?
Pinto de branco o cansaço
Da minha essência lunar
E, em tudo aquilo que faço,
Deixo um raio de luar…
Neste estranho mecanismo
[Admito; um tanto grotesco!]
Que desconheço, em que cismo,
Eu pinto o mundo de fresco!