HEROÍSMO(S)
02.07.09 | Maria João Brito de Sousa
É onde se inicia a descoberta,
Onde o barro desvenda os seus mistérios
Que devemos deixar a porta aberta
À construção serena dos impérios...
Impérios do sentir, do querer saber,
Do despontar, ainda que inseguro,
Daquilo que haveremos de fazer,
Das novas construções, de outro futuro.
É onde a descoberta se revela,
É onde a enxada lavra o seu caminho,
É onde o baloiçar da caravela
Nos faz lembrar, cá dentro, o nosso ninho.
Depois, tal qual um rio tempestuoso,
Tal qual erva a romper sobre o betão,
Qual lava de um vulcão que, curioso,
Descobrisse em si mesmo a solução,
Justifica-se a vida pela vida
E a vida para além do conformismo,
Renova-se a corrente percorrida
E, muitas vezes, surge o heroísmo...