LEITURA
*

Não sei viver sem leitura

E menos ainda sei

Se sem escrever saberei

Sobreviver à tortura

Do que pra mim guardarei
*

Se surgir alguma lei

Que me proíba a leitura

E me roube a partitura

Dos poemas que engendrei,

Não terá, tanta dor, cura!
*

Mª João Brito de Sousa

18.12.2022 - 15.50h
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"NESSE DIA DE NATAL"
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"Nesse dia de Natal"

Do ano zero cristão

Nasceu um menino igual

Ao que os outros todos são
*

Que trazia por missão,

"Nesse dia de Natal",

Garantir a remissão

Aos homens, de todo o mal...
*

A miséria era total

E ao povo faltava o pão,

"Nesse dia de Natal"

Ninguém teve a compaixão
*

De dar-lhe abrigo e no chão

Nasceu como um animal,

Reza a antiga tradição

"Nesse dia de Natal".
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Mª João Brito de Sousa

17.12.2022 - 12.00h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Custódio Montes para uma rubrica do Horizontes da Poesia

Imagem - Fotografia de uma tela de minha autoria, "O Filho do Homem", digitalizada por Vítor Martinez.

"SE O NATAL ACONTECESSE"
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"Se o Natal acontecesse"

Todo o dia a toda a hora

Ou quando um homem quisesse

Sendo eterno o seu "agora!"
*

Ou, de quanto se deplora,

"Se o Natal acontecesse"

Sempre que a guerra vigora

Porquanto o que a explora a tece
*

E ela se desvanecesse

Como a nuvem quando chora...

"Se o Natal acontecesse"

A cada romper da aurora
*

E se a noite, ao ir-se embora,

A glória nos concedesse

De uma paz consoladora...

"Se o Natal acontecesse"!
*

Mª João Brito de Sousa

11.12.2022 - 11.00h
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Poemeto em quadras com mote descendente criado a partir de um verso/mote de Albertino Galvão para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

RATIO/CUORE
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Lá fica a douta Razão

Incapaz de se afirmar

E sem se poder expressar,

Quando o louco Coração

Vem, tomado de paixão,

Impor-lhe quanto pensar

E, tomando o seu lugar,

Provoca a contradição

Entre a objectivação

E a paixão que o comandar...
*

Claro está que a solução

Prá coisa se controlar

E a disputa se acalmar

Nem sempre se encontra à mão

Mas, com tanta dissensão,

Há que saber encontrar

Forma de os equilibrar

Ou será certo que, então,

Sem lugar prá dissuasão,

Se acabem por confrontar
*

Chegando mesmo à agressão

Numa ânsia de conquistar,

Persuadir e derrotar

Que os foi tomando à traição

E, de cada, fez ladrão

Que ao outro tenta roubar

Prá seguir o despojar

Da legítima ambição

Ou da mera inspiração

Que, em si, possa transportar
*

O pior da situação

É quando um pede, a chorar,

Que o deixem continuar

E, a outra, a compensação

Pelo excesso de emoção

Que assim fez desatinar

E quase descarrilar

A sua concentração,

Pondo em risco a isenção

Do que tentou demonstrar!
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Maria João Brito de Sousa

12.07.2014 - 19.01h
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MENSAGEM
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Cada qual, sua mensagem

De anseios e de apetências

Que ao longo desta passagem

Desenvolve competências

Afectos, dons, insurgências
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E bem mais que de aparências

Se alimenta uma mensagem

Que vence as incongruências

Da sua imperfeita imagem...

Esta é de esp`rança e coragem!
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Mª João Brito de Sousa

04.12.2022 - 11.45h
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Desafio de quintilhas no Horizontes da Poesia

"Martyr du Fanatisme", José de Brito

(meu bisavô)

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"ESTAMOS EM PLENA DESORDEM"
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"Estamos em plena desordem",

Mas já estivemos pior

E ainda que não concordem

Eu não baixo o meu pendor!
*

Tempos houve em que o Terror,

"Estamos em plena desordem",

De seu clamando o valor,

De sua clamava a ordem
*

Mas não ladram cães que mordem,

E há quem morda tão melhor,

"Estamos em plena desordem",

Quão mais castigado for!
*

Pega a moda e faz furor

Pedir às gentes que acordem:

Face ao grande Inquisidor,

"Estamos em plena desordem"!
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Mª João Brito de Sousa

03.11.2022 - 12.00h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Laurinda Rodrigues para uma rubrica do Horizontes da Poesia