El Greco - A Purificação do Templo

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MODINHA DOS VENDILHÕES
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No tempo dos vendilhões

Anda o relógio ao contrário

E enchem a pança os patrões

C`o que cabe ao proletário!
*

É entrar! Venha comigo,

Ver o que por cá se passa:

Perde o que trabalha abrigo

Pró ricaço que anda à caça
*

E até o remediado

Vê a vida a andar pra trás,

Nas contra-voltas de um fado

Que não mais nos deixa em paz!
*

Estas multinacionais

Estão cada vez mais gordinhas,

E nós, menos que animais,

Roemos ossos e espinhas!
*

No tempo dos vendilhões

Anda o relógio ao contrário

E abundam palavrões

Que nem estão no dicionário!
*

Regurgitam alguns "sábios"

Perfeitos nacos de prosa

Retirados de alfarrábios

E da imprensa cor-de-rosa
*

Se muitos há que protestam

Sem qualquer ideologia,

Outros há que ainda emprestam

Ao protesto essa energia
*

Que contraria os ponteiros

Do relógio avariado,

E, sem balas nem morteiros,

Pode mudar este fado:
*

No tempo dos vendilhões

Anda o relógio ao contrário

E enchem a pança os patrões

C`o que cabe ao proletário!
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Mª João Brito de Sousa

29.09.2022 - 15.00h
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Imagem retirada do blog Ladrões de Bicicletas

http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2022/09/tempos-de-vendilhoes.html