"O VERÃO VEM A CAMINHO"
*

"O Verão vem a caminho",

Não tarda a chegar! Verão,

No ôco de cada ninho,

Frutos da nova estação
*

Em plena maturação:

"O Verão vem a caminho"

E traz consigo a paixão,

Porque nunca vem sozinho...
*

Procriam bagre e estorninho,

Está no auge, a floração,

"O Verão vem a caminho"

Da sua confirmação
*

Sob um sol cor de açafrão,

Torga, urtiga e rosmaninho

Vão atapetando o chão:

"O Verão vem a caminho"!
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Mª João Brito de Sousa

30.04.2021 - 12.00h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de MEA para uma rubrica do Horizontes da Poesia

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Tela de Vincent Van Gogh - "Man and Earth"

CARROSSEL
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O poema é um carrossel

De tinta sobre papel,

Espanto e musicalidade,

No qual o verso se evade

Se nos nasce à flor da pele
*

Fala, às vezes, de saudade,

Noutras, canta a liberdade...

E quem pára um carrossel

No qual tudo se revele

Alma e força de vontade?
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Mª João Brito de Sousa

24.04.2022 - 10.45h
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"AH, SE EU SOUBESSE AO NASCER"...
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"Ah, se eu soubesse ao nascer"

Metade do que hoje sei...

Isto escrevo sem saber

Quanto amanhã saberei
*

Nem se ainda cá estarei:

"Ah, se eu soubesse ao nascer",

Mais uma vez o direi,

Mas di-lo-ei por dizer...
*

Que poderia eu fazer?

Não chorar como chorei?

"Ah, se eu soubesse ao nascer",

Que iria errar, quando errei,
*

Acertar, quando acertei,

Ganhar e depois perder

Quase tudo o que alcancei:

"Ah, se eu soubesse ao nascer"...
*

Mª João Brito de Sousa

23.04.2022 - 12.50h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de António Maria Teles para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

MALMEQUER
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Floresceu um malmequer

À beira de uma oliveira...

Não sendo uma flor qualquer,

A pequena aventureira

Nasceu onde quis nascer
*

Sem temer fazer asneira

E a quem a tentar colher

Dirá airosa e matreira:

- Sou um simples malmequer

Que pouco enfeita e nem cheira...
*

Mª João Brito de Sousa

17.04.2022 - 13.20h
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Poemeto em duas quintilhas criado para uma rubrica do Horizontes da Poesia

"O TEMPO, QUE ESTRANHO ANDA..."
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"O tempo, que estranho anda(...)",

Quase parece indeciso

Entre o sorriso em que abranda

E a negação de um sorriso
*

Ora calma, ora granizo,

"O tempo que estranho anda",

Que bipolar, que impreciso

Nos cuidados que demanda
*

E numa louca ciranda,

Sem nos deixar pré-aviso,

"O tempo, que estranho anda...",

Terá perdido o juízo
*

Ou sou eu que dramatizo

O que vejo da varanda?

Sinto mais do que diviso,

"O tempo, que estranho anda..."
*

Mª João Brito de Sousa

16.04.2022 - 10.10h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Joaquim Sustelo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

"NOITES ÓRFÃS DE LUAR"
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"Noites órfãs de luar"

Mais farão brilhar a luz

De uma estrela a cintilar

Para ao luar fazer jus
*

E porque a luz me seduz,

"Noites órfãs de luar",

Em sedução se traduz

Quanto brilho a estrela ousar
*

Se uma nuvem não tapar

O brilho em que a pressupus,

"Noites órfãs de luar"

Em que outra luz me conduz
*

Ao poema que compus

Prà Luz poder celebrar

Se a Lua Nova produz

"Noites órfãs de luar"...
*

Mª João Brito de Sousa

11.04.2022 - 12.00h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Kim Marques para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

CONSCIÊNCIA
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Ponho a mão na consciência:

Nem mão nem razão me pesam

Que uma e outra a ninguém lesam

Por desmando ou prepotência

Do que me imponho em fluência
*

E durante a minha ausência

- perdoai-me os que me prezam -

Apelo aos que me revezam

Pra que, vendo-me em latência,

Me reconheçam Consciência.
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Mª João Brito de Sousa

11.04.2022 - 10.00h
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Tela de Marc Chagall

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TRAÇO
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Espaço a espaço lanço o traço,

Dia a dia o verbo solto

Num arremedo de abraço

Que vou lançando no espaço,

Eu, que em traços vivo envolto
*

Mas se acaso me revolto

E, em vez de lançar o traço,

É a mim que em traços solto,

Estarei, por traços envolto,

Lançando-me a mim no espaço...
*

Mª João Brito de Sousa

03.04.2022 - 10.45h

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Poema em duas quintilhas criado para uma rubrica do Horizontes da Poesia

"COM FESTA SE FAZ A VIDA"
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I
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"Com festa se faz a vida"

De alguns, porque a maioria

Sente tão dura a subida,

Que nem sente essa alegria
*
II
*
Mas quando sobra energia,

"Com festa se faz a vida"

Ou se escreve a POESIA

Que faz a festa, se é lida...
*
III
*

Pra quem faz vida cumprida

Dos versos do dia a dia,

"Com festa se faz a vida",

Nunca a vida se esvazia
*
IV
*

Digo "festa", não "folia",

Que a festa, mais comedida,

É mais propícia a quem cria:

"Com festa se faz a vida"!
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Mª João Brito de Sousa

02.04.2022 - 11.10h

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Poemeto criado a partir de um verso/mote de MEA para uma rubrica do Horizontes da Poesia.