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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

CANTA, GALO, CANTA!

30.01.22 | Maria João Brito de Sousa

Canta, Galo.jpg

GALO E GALINHA
*
I
*

Às vezes, tal como o galo,

Mal nasça o Sol não me calo

E em coro c´oa Musa minha,

Falo, falo, falo, falo,

Mais pareço uma... galinha
*

II
*

Noutras vezes caladinha,

Fico quieta e mansinha,

Ouvindo o canto do galo;

Falhe ele uma notazinha

E eu, galinha, hei-de calá-lo! ;)
*


Mª João Brito de Sousa

30.01.2022 - 11.30h
***

Poemeto composto por duas quintilhas criadas a partir de uma palavra dada - "Galo", neste poema.

 

"NÃO CAI CHUVA NO TELHADO"

29.01.22 | Maria João Brito de Sousa

SEM ÁGUA.jpg

"NÃO CAI CHUVA NO TELHADO"

I
*

"Não cai chuva no telhado"

E o Sol seca-me o quintal;

Aos céus peço um céu molhado

Prós nabos do meu nabal...
*
II
*

Pedi-lo fica-me mal?

"Não cai chuva no telhado"

E num chão de pedra e cal

Nada pode ser plantado
*

III
*

E digo, contrariado,

Mas com convicção total;

"Não cai chuva no telhado",

Nem dela se vê sinal!
*
IV
*

Se a estiagem é fatal

Pró cultivo e para o gado,

Este lamento é geral;

"Não cai chuva no telhado"...
*


Mª João Brito de Sousa

29.01.2022 - 19.50h

***

 

Poemeto criado a partir de um verso/mote de MEA para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

 

PROBLEMAS DE (men)ISCO

24.01.22 | Maria João Brito de Sousa

joelho.jpg

PROBLEMAS DE (men)ISCO  ;)
*

A ninguém eu aconselho,

Por ser acto de imprudência

E de imatura impaciência,

Rabiscar sobre o joelho

Poema que verse a Ciência
*


Mas sei bem quanto uma urgência

Distorce o reflexo ao espelho

E até eu uso o joelho

C`o a mesma incauta inocência

Que move a mão de um fedelho.
*


Mª João Brito de Sousa

23.01.2022 - 13.40h
***

 

Poemeto em duas quintilhas criado para uma rubrica do Horizontes da Poesia

"SONHEI COM O PARAÍSO"

23.01.22 | Maria João Brito de Sousa

SUICIDE OF THE PINK WHALE.jpg

"SONHEI COM O PARAÍSO"
*
I
*

"Sonhei com o paraíso"

Mas no instante em que acordei

Percebi que era preciso

Repensar o que sonhei;
*
II
*

Do que é real me afastei,

"Sonhei com o paraíso"

E perdi tudo o que sei...

Se algo ganhei, foi juízo!
*
III
*

Nesse céuzinho indeciso,

Nem um defeito encontrei;

"Sonhei com o paraíso",

Fui eu mesma que o criei
*

IV
*

Quando uma árvore encontrei

Nua, sem qualquer aviso,

Sem flor, sem maçã, nem lei...

"Sonhei com o paraíso"!
*


Mª João Brito de Sousa

22.01.2022 - 12.40h

***

 

Poemeto criado a partir de um verso/mote de Lourdes Mourinho Henriques para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

CONVERSANDO COM MORFEU

22.01.22 | Maria João Brito de Sousa

morfeu.jpg


MOTE
*

Dá-me um sorriso ao domingo,

Para à segunda eu lembrar.

Bem sabes: sempre te sigo

E não é preciso andar
*

Fernando Pessoa.
***
GLOSAS
*

CONVERSANDO COM MORFEU

I
*

Acendeste uma fogueira

Que eu ora atiço, ora extingo...

Rola a cera, pingo a pingo,

Duma vela ainda inteira

Com que alumio esta esteira

E o lençol rosa-flamingo

Cuja cor já mal distingo,

Convida a minha canseira

A uma sesta ligeira...

"Dá-me um sorriso ao Domingo"!
*

II
*


Deitei-me e adormeci

Mas não consegui sonhar

Senão depois de acordar...

Tantos anos já vivi

Que não sei se cabe aqui

O que tenho pra contar;

Morfeu, pronto a difamar,

Dir-vos-á que vos menti

E à primeira o engoli

"Para à segunda eu lembrar"
*
III
*

Também dirá que sou tonta,

Que nunca meço o que digo

Que até posso ser um perigo,

Embora de pouca monta...

Ah, que me importa essa afronta

Se Morfeu vem ter comigo

E é em mim que encontra abrigo

Quando o vento sopra contra

E a insónia te amedronta;

"Bem sabes: sempre te sigo"
*
IV
*


Sossega, velho Morfeu,

Nunca te hei-de abandonar

E a quem te tente roubar

Direi que és meu, que és tão meu

Quanto os astros são do céu,

Quanto as ondas são do mar

E a lua, se houver luar,

É da luz que recebeu...

Irás aonde for eu

"E nem é preciso andar"!
*


Mª João Brito de Sousa

20.01.2022 - 20.00h
***

NOTA - Poema em décimas glosadas a partir de uma quadra de Fernando Pessoa e inspirado nas décimas criadas pelo poeta José Manuel Cabrita Neves a partir da mesma quadra.

"VIESTE EM PASSO APRESSADO"

17.01.22 | Maria João Brito de Sousa

orquestra.png

"VIESTE EM PASSO APRESSADO"
*
I
*

"Vieste em passo apressado"

Pra falar dos teus anseios

E os erros do teu passado

Deixaram de ser receios
*
II
*

Falaste, sem mais rodeios,

"Vieste em passo apressado"

Usando os teus próprios meios

Pra chegar onde hás chegado
*

III
*

Sem que houvesses hesitado

Em negar-te a meter freios,

"Vieste em passo apressado"

Sem medos nem desnorteios
*

IV
*

E dedilhando os gorjeios

Mais tristes de um triste fado,

Venceste trauma e bloqueios,

"Vieste em passo apressado"
*


Mª João Brito de Sousa

17.01.2022 - 11.50h
*

Poemeto criado a partir de um verso/mote de Joaquim Sustelo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

"ANO NOVO, BRILHA O SOL"

01.01.22 | Maria João Brito de Sousa

atol 2.jpg

"ANO NOVO, BRILHA O SOL"
*
I
*

"Ano novo, brilha o sol";

Nada de novo portanto

Pr`além de um brilho de escol

Sobre este meu riso/pranto...
*

II
*

Tem o dia o seu encanto

"Ano novo, brilha o sol",

Mas minha Musa, meu canto,

Jaz conservada em formol
*

III
*

Talvez presa a outro anzol

Que, decerto, não suplanto;

"Ano novo, brilha o sol"

E eu nenhum brilho garanto...
*
IV
*

Calço os botins, visto o manto

E contemplo o meu atol

De algas feito e de pau-santo;

"Ano novo, brilha o sol"...
*


Mª João Brito de Sousa

01.01.2022 - 14.00h

***

 

Poemeto criado a partir de um verso/mote de Joaquim Sustelo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.