"ANO NOVO, VIDA NOVA!"

*

I
*

"Ano novo, vida nova!",

Recita um coro de humanos

Que põe o futuro à prova

Sempre que um ano faz anos...
*

II
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Pra plebeus e soberanos,

"Ano novo, vida nova!",

E enquanto uns entopem canos

Outros vão descendo à cova...
*

III
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Para o esturjão que desova

E a seguir morre dos danos,

"Ano novo, vida nova!"

Que este é manjar de tiranos!
*

IV
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Assim cantarão sopranos

E o poeta cuja trova

Encante os palcos mundanos;

"Ano novo, vida nova!"
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Mª João Brito de Sousa

27.12.2021 - 16.10h

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Poemeto criado a partir de uma expressão popular para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

SOBREVIVENDO

ÀS MAZELAS
*

(quadras)

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Pegar na dor, nas mazelas

E, uma a uma, transmutá-las

Em versos ou aguarelas,

Talvez não seja curá-las
*

Mas será encontrar nelas

Lacunas e ultrapassá-las

Sem que me deixem sequelas,

Ou me sugiram cabalas...
*

Cubro-as, às vezes, de estrelas

Pra melhor poder espalhá-las

Sobre embarcações com velas

Que ao mar hão-de ir conquistá-las
*

Para, com sorte, vencê-las...

Prudente, preparo as malas

Não vá o demo tecê-las

E impedir-me de alcançá-las,
*

De cantá-las, de envolvê-las

Nestas musicadas falas

Que são quanto emana delas

Quando tu, Dor, me apunhalas.
*

Mª João Brito de Sousa
*

11.12.2021 - 15.00h

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"DOU-TE O MOTE, FAZ O VERSO"
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I
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"Dou-te o mote, faz o verso",

Escreve... e deixa um verso feito!

Pode isto ser controverso,

Mas hei-de apanhar-lhe o jeito...
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II
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Não que lhe ache algum defeito,

"Dou-te o mote, faz o verso"

Pois depressa o mote aceito,

Tal qual lhe aceito o reverso...
*

II
*

Nunca um mote anda disperso

Por aí, lançado a eito;

"Dou-te o mote, faz o verso",

E eu bem depressa aproveito
*

IV
*

Que a todo o verso respeito

Tal como se fora o berço

No qual outro verso deito;

"Dou-te o mote, faz o verso"!
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Mª João Brito de Sousa

11.12.2021 -09.30h

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Poemeto criado a partir de um verso/mote de MEA para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

"ESTÁ LANÇADA A CONFUSÃO"
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I
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"Está lançada a confusão",

Fomos já condicionados

A enterrar a Razão

E a ficarmos conformados...
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II
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Os dados foram lançados,

"Está lançada a confusão";

Foi trocado o pão por dados

E os dados não cosem pão...
*
III
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Quem gritar revolução,

Fica entre os não tolerados;

"Está lançada a confusão"

Até entre os indignados
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IV
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Que muito embora zangados

Ignoram que a exploração

É que move os explorados;

"Está lançada a confusão"!
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Mª João Brito de Sousa - 05.12.2021

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Poemeto criado a partir de um verso/mote de MEA para uma rubrica do Horizontes da Poesia.