"Agora sim, é Outono"

E vão-se encurtando os dias

Enquanto as noites (sem sono?)

Se tornam longas e frias
*

Preparam-se as invernias,

"Agora sim, é Outono",

Para impor-nos tiranias

Mal subam de novo ao trono.
*

Anda a folha ao abandono

E ao sabor das ventanias;

"Agora sim, é Outono",

Tempo de melancolias
*

E, pr`alguns, das alegrias

Que tanto, tanto ambiciono

Se recordo as... pneumonias;

"Agora sim, é Outono"!
*

Maria João Brito de Sousa - 25.09.2021 - 13.27h
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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Joaquim Sustelo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

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Imagem - "Ciencia y Caridad", tela pintada por Pablo Ruiz Picasso aos 16 anos.

I
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"Meus poemas, meus amores,"

Sentido da minha vida

E alívio das minhas dores

Quando a dor me traz rendida,
*

II
*

Como explicar quão sentida,

"Meus poemas, meus amores"

É esta paixão nascida

De alegria e dissabores?
*

III
*

Uns melhores, outros piores,

Nascem de força incontida,

"Meus poemas, meus amores",

Sem criar, fico perdida
*
IV
*

Mas, depois, sou redimida

Vendo os sons, ouvindo as cores

Da "poiesis" concebida,

"Meus poemas, meus amores"!
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Maria João Brito de Sousa - 18.09.2021 - 14.50h

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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Albertino Galvão para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

"O mundo ficou dif`rente",

Mas quem podia estranhar

Se, desde homem a semente,

Tudo nele anda a mudar?
*

Sem parar pra descansar,

"O mundo ficou dif`rente"

E é vê-lo sempre a rodar

De Nascente pra Poente...
*

Passa o tempo e toda a gente

Nasce e morre sem cessar,

"O mundo ficou dif`rente"

Sob o seu manto solar,
*

Mas quando a noite chegar

Muda-se esse manto ardente

Num leitoso véu lunar...

"O mundo ficou dif`rente"!
*

Maria João Brito de Sousa - 18.09.2021 - 09.25h

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Poemeto criado a partir de um verso/mote de Liliana Josué para uma rubrica do Horizontes da Poesia.