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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

"LONGE VÃO AQUELES DIAS"

27.06.21 | Maria João Brito de Sousa

EU COM MEIA DÚZIA DE DIAS.jpg

"Longe vão aqueles dias"

Das saudosas jantaradas,

Das conversações tardias,

Das travessas recheadas
*


Servidas por empregadas...

"Longe vão aqueles dias"

Do requinte das entradas

De espargos, de carnes frias
*


E outras tantas iguarias

Das que hoje me estão vedadas...

"Longe vão aqueles dias"

Das refeições requintadas
*


Lá em casa partilhadas

Na maior das harmonias

Da qual só restaram... quadras;

"Longe vão aqueles dias"!
*

 

Maria João Brito de Sousa - 26.06.2021- 16.42h
*

 

 

Poemeto criado a partir de um verso-mote de Joaquim Sustelo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

 

"VACINA É A NOSSA ARMA"

19.06.21 | Maria João Brito de Sousa

vacina.jpg

"VACINA É A NOSSA ARMA"
*


"Vacina, é a nossa arma"

Muito embora vá falhando

Tanto que a gente se alarma

De tanta falha ir contando...
*

 

Enquanto por cá vou estando,

"Vacina é a nossa arma"

Mas, "hélas", nunca fiando

Nem na dita, nem no carma,
*


Venha um queijito de Parma

Para a fome ir enganando;

"Vacina é a nossa arma"

E eu calei-me e fui-me armando
*


Muito embora duvidando

Pois, não sendo uma bisarma,

Estava em risco... entrei pró bando;

"Vacina é a nossa arma"!
*

 

Maria João Brito de Sousa - 19.06.2021- 13.16h
*

Poemeto criado a partir de um verso-mote de João Belo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.


*

NOTA - Que fique bem claro que não subscrevo qualquer tipo de teorias da conspiração. Todas as minhas dúvidas - e tenho-as, em relação a estas primeiras inoculações - são fruto do muito que aprendi na juventude nas sebentas e manuscritos dos maiores epidemiologistas portugueses do século XX, bem como na objectividade do raciocínio lógico e do espírito crítico que faço por manter tão bem afinado quanto a musicalidade dos meus versos...

A segurança e a eficácia das vacinas até hoje conseguidas é limitada, dado o curtíssimo espaço de tempo em que decorreram os estudos-cegos experimentais e a inusitada apetência que o SARS-CoV-2 apresenta para
se replicar em novas variantes.

Dentro das armas que temos - e temos poucas, infelizmente - decidi-me a apostar na vacina, mas não me senti muito mais segura depois da segunda inoculação. Apenas me senti bastante aliviada por não ter sofrido, a curto prazo, qualquer efeito secundário.

PROTESTO EM REDONDILHA MAIOR

13.06.21 | Maria João Brito de Sousa

PROTESTO.png

PROTESTO

EM REDONDILHA MAIOR
*

Estou afónica, dispneica,
febril e toda dorida
de ir fazendo pela vida
contra a matéria proteica
que lança a garra nucleica
e me invade, enfurecida...
*

El` são vírus e bactérias,
- fungos, não parecem ser...-
que vão fazendo ferver
o sangue nestas artérias
que, tendo direito a férias,
andam sempre a combater...
*

Ó sistema imunitário,
sinceramente! Tem tino!
Ou não falo, ou desafino...
Isto parece um calvário
e tu... viras-te ao contrário?!
Quererás fazer o pino?
*

Vê lá se tomas sentido,
se, ao tornar-te responsável,
expulsas a fauna execrável
e te alias ao que é tido
por sempre ter protegido
corpo que seja habitável,
porque o meu, pobre coitado,
já nem sabe o que fazer
pra poder sobreviver
sem se sentir tão esmagado,
usado e pontapeado
por um micróbio qualquer!
*


Maria João Brito de Sousa

02(?).05.2016

*

Escrito em vésperas de um internamento no HEM

"COM TINTO E SARDINHA ASSADA"

12.06.21 | Maria João Brito de Sousa

com tinto e sardinha assada.jpg

"COM TINTO E SARDINHA ASSADA"

 

*
"Com tinto e sardinha assada"
Nos pomos a remendar
Sorte já tão remendada
Que se vê estar a esgaçar...
*

Mas há que recuperar;
"Com tinto e sardinha assada"
Vamos todos celebrar
Este tanto e... quase nada...
*

Ó gente desconfi(n)ada,
Convém não prevaricar;
"Com tinto e sardinha assada"
Não se há-de o fogo apagar
*

 

Nem o Rt baixar
Na estatística apurada...
Quanto a mim, fico a sonhar
"Com tinto e sardinha assada".
*


Maria João Brito de Sousa - 12.06.2021 - 12.50h

 

*

Poemeto criado a partir de um verso-mote de Vítor Fernandes para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

ALTERCAÇÃO PEQUENO BURGUESA

03.06.21 | Maria João Brito de Sousa

altercação burguesa.jpg

ALTERCAÇÃO PEQUENO BURGUESA
*

Num certo dia, à tardinha,
Uma indefesa velhinha
Que tricotava à janela
Deu por bulha inusitada
E, julgando-se assaltada,
Foi ver que coisa era aquela
*

Logo ouviu grande barulho;
Alguém rondava o entulho
Que atolava aquele seu espaço
Onde cabia, à tangente,
A bicharada inocente
Que habitava o seu pedaço.
*

Chamou-lhes; - Grandes gandulos!,
E os biltres, ficando fulos,
Quiseram silenciá-la
Mas ela, a crescer pra eles,
Gritou-lhes; - Demónios reles!
E deu-lhes com a bengala...
*

Eis a crua narrativa
Duma memória bem viva
Que trago dentro de mim
E presenciei num dia
Em que malmequeres colhia
Agachada num jardim
*

Lembro ainda que os fulanos,
Passados já tantos anos
Sobre a "altercação burguesa”,
Bem recordados da cena,
Espalham à boca pequena
Que a velhinha era bem tesa…
***

Maria João Brito de Sousa – 19.04.2013 – 19.03h