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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

"CADA DIA É UMA ETAPA"

31.05.21 | Maria João Brito de Sousa

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CADA DIA É UMA ETAPA
*

"Cada dia é uma etapa"

E, pra mim, uma conquista

Ao tempo que se me escapa

Como se me escapa a vista...
*


Ah, por muito que resista

"Cada dia é uma etapa"

Desta acidentada pista

Em que o meu corpo derrapa

*

Ainda que eu vista a capa

E, ao subir, nunca desista

"Cada dia é uma etapa"

Que propõe que nela invista
*


Tudo quanto em mim exista

E inda que guarde, à socapa,

Um truque de ilusionista;

"Cada dia é uma etapa"...
*


Maria João Brito de Sousa - 29.05.2021 - 17.35h
*

Poemeto criado a partir de um verso-mote de MEA - Maria da Encarnação Alexandre - para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

"BANQUETE" MOLECULAR

27.05.21 | Maria João Brito de Sousa

BANQUETE MOLECULAR.JPG

BANQUETE MOLECULAR
*

 

Muito bom para as elites,

Mas mau pra quem trabalha,

Este "banquete" não falha

A atiçar os apetites...
*


Ainda que nele credites,

Inteiro, um fardo de palha,

Dá-te, em troca, uma migalha

E espera que a regurgites...
*


Quando te sentires tentado

A provar tais iguarias,

Vê bem se na porta ao lado
*


Não há estufado de enguias,

Ou mesmo um franguito assado

Em vez de salvas... vazias!
*

 


Maria João Brito de Sousa - Maio, 2021

"MAIO É O MÊS DAS FLORES"

23.05.21 | Maria João Brito de Sousa

Cravos vermelhos.jpg

"MAIO É O MÊS DAS FLORES"

 

*

 

"Maio é o mês das flores"

E também passou a ser

O mês dos trabalhadores

Que jamais irei esquecer
*

 

Pois, quando Maio nascer,

- "Maio é o mês das flores"...-,

Se acaso uma flor colher,

Será pra tecer louvores
*

Aos eternos criadores

De quanto aqui se fizer;

"Maio é o mês das flores"

E hoje é tempo de escolher
*

Entre trabalho e poder

E entre escravos e senhores;

Quem batalha há-de vencer,

"Maio é o mês das flores"!
*


Maria João Brito de Sousa - 23.05.2021 - 12.05h

 

*

Poemeto criado a partir de um verso-mote de Joaquim Sustelo para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

MATA-BICHO

15.05.21 | Maria João Brito de Sousa

mata bicho.jpg


MATA-BICHO
*

Hoje, à hora do costume,
Nem mais tarde, nem mais cedo,
Quis desvendar o segredo
De uma chaleira que, ao lume,
Vai exalando o perfume
Do café que me concedo...
*

Agora e todos os dias,
Como se consolo houvesse
Pra quem de tanto carece,
Encho as minhas mãos vazias
De estrofes das poesias
Que nunca sei quem me of`rece
*

Sempre à hora do costume,
Nem mais tarde, nem mais cedo
*

Amanhã, sei lá se acordo...
Porém... quero lá saber!
Enquanto puder escrever,
Gravo nos versos que mordo
- com todo o prazer, recordo... -
O que mais me der prazer
*

Esta grata sensação
De ser moldada ao moldá-los
Faz com que ao saboreá-los
Esqueça o café no fogão,
Esqueça a fome e esqueça o pão
Com que devo alimentá-los...
*

Sempre à hora do costume
De um relógio que não pára
*

Nem mais cedo, nem mais tarde,
Esforço a retina cansada
Que gastei sem gastar nada;
Não se apaga a chama que arde
Como a alma de um cobarde
Se apaga se for soprada...
*

Há sempre um amargo travo
No mais doce dos sabores
E, se há palavras com cores
Que florescem como um cravo,
Outras há que num som cavo
Se vão finando em estertores
*

Todo o dia, a cada instante
Da tal hora do costume
Que não pára de passar
*


Maria João Brito de Sousa - 18.02.2016 - 20.25h

"O FIM DA GUERRA CHEGOU"

09.05.21 | Maria João Brito de Sousa

Batalha de Stalinegrado.jpg

"O FIM DA GUERRA CHEGOU"
*

 

"O fim da guerra chegou",

Julgou-se morto o fascismo

Que bem morto não ficou

E hoje cava um novo abismo
*


Bem mais letal do que um sismo...

"O fim da guerra chegou",

Mas ficou o fanatismo

Que tantos milhões matou...
*


Em Volgogrado(1) tombou;

Trespassou-o o heroísmo

De um povo que o condenou,

Mas não morreu o nazismo
*


Porque quanto del` sobrou

Medra à sombra do cinismo

Que, em silêncio, o adubou;

"O fim da guerra chegou"?
*

 

Maria João Brito de Sousa - 08.05.2021- 13.22h

*

1) Referência à cidade da antiga URSS onde se travou uma longa e sangrenta batalha que marcou o início do fim do tresloucado "sonho da purificação da raça humana" de Adolph Hitler. À data, cidade de Stalinegrado.

*
Poemeto criado a partir de um verso-mote de Liliana Josué para uma rubrica do Horizontes da Poesia.

*

 

Imagem - Fotografia da Batalha de Stalinegrado

 

 

"HÁ GENTE QUE ME FAZ RIR"

03.05.21 | Maria João Brito de Sousa

Eu, 2010.jpg

I
*

"Há gente que me faz rir"

E outra que me faz chorar;

Alguns fazem-me sentir

Que há quem fale sem pensar
*
II
*
Mas deverei confessar;

"Há gente que me faz rir"

E, de riso, me engasgar

Passando, então, a tossir
*
III
*

E a chorar, a seguir,

À força de gargalhar...

"Há gente que me faz rir"

Até eu me escangalhar
*

IV
*

E quando tento parar

Sei que o não vou conseguir

Que embora me falte o ar

"Há gente que me faz rir"!
*


Maria João Brito de Sousa - 01.05.2021 - 14.31h

Poemeto criado a partir de um verso-mote de Carlos Fragata para uma rubrica do Horizontes da Poesia.