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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

NO SILÊNCIO EM QUE TO DIGO

25.11.19 | Maria João Brito de Sousa

NO SILENCIO EM QUE TO DIGO.jpg

NO SILÊNCIO EM QUE TO DIGO

*

(oitavas)

*

 

Vem! Vem sentar-te à lareira

Das cinzas do meu poente...

Vem, filho de toda a gente,

Que eu não sou mais que uma obreira

Destoutra estranha maneira

De ser rainha e servente

Da pequenez da semente

Perdida na sementeira.

 

*

 

Senta-te à mesa comigo,

Prova este pão amassado

Sobre as letras de um teclado

Que é meu prémio e meu castigo,

Pois, pra pão, falta-lhe o trigo

E o fermento de um trinado

Que se solte e soe ao fado

Do silêncio em que o mastigo.

*

 

 

Maria João Brito de Sousa – 25.11.2019 - 09.25h

 

Imagem retirada daqui

 

TODA ME PERCO DE MIM

24.11.19 | Maria João Brito de Sousa

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TODA ME PERCO DE MIM

(Décimas)

 

I

 

 

Só vejo sombras e vultos

Por trás de coisa nenhuma...

São versos feitos de espuma,

Enevoados, ocultos,

Confusos como tumultos,

Lançando por entre a bruma

Palavras que, uma por uma,

Zombam de mim, como insultos,

Ou dos meus olhos tão estultos

Que me exigem que os assuma.

 

*

 

II

 

Se eu sempre escrevera assim,

Usando os cinco sentidos,

Hoje, de versos perdidos,

Toda eu me perco de mim,

Que o poema é um jardim

Que exige os passos devidos;

Versos, só vistos e ouvidos

Porque só brotam assim

Se o corpo, ao dizer que sim,

Mos der por bem concebidos.

*

 

Maria João Brito de Sousa – 24.11.2019 – 12.10h

 

Imagem retirada da net, via Google