CROCÂNCIAS & TEXTURAS
(Em oitavas)
Verificada a crocância
E bem testada a textura,
Dá-se início à cozedura
Que terá muita importância
Por ser parte essencial
De refeição que se preze
(seja pra dois, três, ou treze...)
Do resultado final.
Deixe-se a chama conforme
Mais convenha ao que é cozido;
Baixinha, se fino enchido,
Alta, se este for enorme,
Muito rijo para o dente
E, qual pedra de calçada
Que não quebra nem pisada,
Intragável se apresente.
Depois de finda a cocção,
De empratado e já servido
O que antes fora cozido,
Só falta a opinião
Sobre a crocância, a textura
E o sabor do novo prato,
(seja tofu, soja ou pato...)
Que no palato perdura.
Nas receitas cá de casa,
Já que agora não cozinho
Nem um simples arrozinho
E um belo seitan na brasa,
Não darei tanta importância
Ao rigor da “fazedura”
E, se não ligo à textura,
Menos ligo à tal crocância.
Chef Sónia, são pra si
Estas rimas salteadas
Que aqui lhe sirvo enfeitadas
Com canela e chantilly...
Só não respondo por elas
Em termos nutricionais,
Pois têm ovos a mais
E nem sei se as salmonelas
Não chegaram lá primeiro...
Será melhor que as não coma
E que preserve o seu ´soma`
Pra pitéu menos rafeiro
E bem menos arriscado,
Que este, conforme confesso,
Está virado do avesso
E cru, de tão mal passado...
Maria João Brito de Sousa – 15.06.2018 – 17.36h