NÓS, MÃES DO SONHO ABSOLUTO
Sem ter provado o tal fruto,
Sem ter aberto a caixinha,
Sem sequer qu`rer ser rainha
Senão deste meu reduto,
Vi-me coberta de luto,
Chamaram-me erva daninha,
Mentirosa, vil, mesquinha
E outras coisas que refuto
Ante um mundo em estado bruto
Contra a força que em mim tinha,
Mas sou mil, não estou sozinha,
E hei-de ser sempre o produto
Daquilo por que hoje luto
Numa luta também minha
Que é humana e que acarinha
Todo o ser que entendo e escuto...
Em tudo quanto executo,
Minha paixão se adivinha;
Raízes da mesma vinha,
Nós, mães do sonho absoluto!
Maria João Brito de Sousa – 08.03.2018 – 10.25h