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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

PLANO B

31.12.16 | Maria João Brito de Sousa

Plano b.jpg

PLANO B

(A apresentar, pelos amigos, a 2017, caso eu adormeça antes da sua chegada...)

*



Provavelmente adormeço

Sobre as teclas do teclado

Muito antes de ter chegado

Este ano do qual começo

A achar que não paga o preço

De um sono contrariado...

*



Se entretanto acontecer

Que aos encantos de Morfeu

Rendida, sucumba eu,

Que um de vós possa dizer:

"Desculpa a pobre mulher

Que, a esperar-te, adormeceu

*



De cansaço... que fazer?

Foi o sono que a venceu

E nem sequer Prometeu

Nisto lhe pôde valer;

Pôs-se, decerto, a escrever

E... foi um "ar que lhe deu"!

*



Maria João Brito de Sousa - 31.12.2016 - 19.18h



(Para terminar 2016 com um "poucochinho" de humor em sextilhas e em redondilha maior) ;)

 

 

BOAS FESTAS!

08.12.16 | Maria João Brito de Sousa

O FILHO DO HOMEM.jpeg

 

 

BOAS FESTAS!

I

*

Será que é mesmo Natal

Sempre que "um homem quiser"?

Assim deveria ser,

Mas, vendo o mundo real

Cada vez mais desigual

E tantos sem nada ter

Que mais me resta dizer

Neste mundo virtual

Senão que não há sinal

Do Natal que esse homem quer?

*

II

*

Cada vez mais e mais fundo

Se vai cavando este abismo

Que hoje oscila em paroxismo

Entre os tais donos do mundo

E os que o tornaram fecundo...

Por isso é que ainda cismo

E creio num Socialismo

Que com este não confundo:

Mesmo quando em sonho abundo,

Renego o proselitismo!

*

III

*

Quando este mundo mudar

E houver natais a valer

Sempre que um homem nascer,

Então, mais do que sonhar,

Muito mais do que enfeitar

As mesas prós receber,

Poderemos, sim, escrever

E, com certeza, afirmar

Que há Natal, sempre a brotar

Do "ventre de uma mulher"!

*

Maria João Brito de Sousa - 08.12.2016 - 14.26h

*

Entre aspas, versos do poema "Quando um Homem Quiser" de José Carlos Ary dos Santos.

 

Tela de minha autoria "O Filho do Homem"

*

 

DE JUBA NEGRA A ESFREGONA

05.12.16 | Maria João Brito de Sousa

Esfregona.jpg

 

 

Nem espanador, nem vassoura...

Mais me parece um esfregão

Desses de limpar o chão,

O meu, que não viu tesoura

E há vários anos me agoura

Uma estranha antevisão;

Crescer tanto que a razão

Se me perca, porque estoura...

(atenção! Nunca fui loura,

antes foi côr-de-carvão,

negrinha como um tição,

a minha juba de moura...)

 

Agora, sal e pimenta,

Mas muito mais do primeiro,

Que o tempo é bom salineiro

E eu entrei pelos sessenta,

Há já quatro... macilenta,

Mas sem tempo, nem dinheiro

Para investir num tinteiro,

Desses em que a tinta assenta

Sobre esta ´massa cinzenta`

Que é o meu cabelo inteiro.

 

Quis "responder-lhe" em soneto,

Mas só assim foi nascendo

E em décimas crescendo

Como este cabelo preto,

Despenteado, obsoleto

Que aqui lhe fui descrevendo

E que já branco vai sendo

Porque um tempo bem concreto

Lhe deu conta do aspecto,

A "resposta" que eu pretendo...

 

 

Maria João Brito de Sousa- 05.12.2016 - 15.19h

 

 

 

(Na sequência do soneto "DE ESPANADOR A TIGELA" de Maria da Encarnação Alexandre)