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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

APOGEU POÉTICO AVL

17.11.16 | Maria João Brito de Sousa

Aleixo - com flores.JPG

 

Patrono : Florbela Espanca
Acadêmico : Maria João Brito de Sousa
Cadeira : 06




Apogeu Poético : Homenagem Póstuma a António Aleixo.




Tema : Poeta Visionário.



MOTE



"Sem ter chicote nem vara

Manda-me a minha razão

Atirar versos à cara

Dos que me roubam o pão."



António Aleixo



In "Este Livro Que Vos Deixo"





 

SEM TER CHICOTE, NEM VARA...



(Décimas)



I



"Sem ter chicote, nem vara",

Tenho, porém, munições

E sobejam-me razões

Pr`afirmar, de forma clara,

Que, à má-fé, ninguém me pára

Com lentilhas... nem milhões!

Há pr`aí tantos ladrões

Que a gente já nem repara

Se com ladrões se depara

Nos caudais das multidões!



II



"Manda-me a minha razão",

Que é excelente conselheira,

Que não vá sem vara à feira,

Porém, se vejo um ladrão

Vir na minha direcção,

Sigo em frente, sorrateira,

Nunca caindo na asneira

De baixar, de todo, a mão

Onde guardo a "munição"

Esculpida à minha maneira;



III



"Atirar versos à cara"

- nunca pedindo perdão! -

Deixa mossa no vilão

Que pr`á fuga se prepara...

Mais o firo, sem ter vara,

Do que com vara, ou bastão!

"Dá de frosques"*, o poltrão,

Que um bom verso é coisa rara;

Fere, infecta e forma escara,

Nem que acerte de raspão...



IV



"Dos que me roubam o pão",

Não terei misericórdia!

São escória dessa mixórdia**

Que envergonha uma nação

E, tendo uma rima à mão,

Assim que surja a discórdia

- se se não lembra recorde-a

porque a não recorda em vão... -,

Zurzirei cada ladrão

Com mil quadras de (in)concórdia!





Maria João Brito de Sousa - 12.11.2016 - 17.12h









* Dar de frosques (popular) - Fugir, bater em retirada...



** Mixórdia - Misturada, bagunça, miscelânea...

 

REPENTES...

09.11.16 | Maria João Brito de Sousa

Chá de urtiga.jpg

 

Pois bem. Estive para não publicar este "repente" que me nasceu de uma pontualíssima dorzita de barriga e, muito provavelmente, da "ambiência" decorrente das recentíssimas eleições lá pelas terrras do tio Sam... mas mudei de ideia!

 

 

REPENTES...

 

 

De repente, na barriga,
Sinto uma dor lancinante,
Qual guinada acutilante
Que cruelmente a castiga
E que a curvar-me me obriga
No exacto e preciso instante
Em que tomava um laxante,
Sonhando uma jeropiga...
Apendicite? Lombriga?
Tomo um desparasitante,
Ou espero? Fico hesitante
Sempre que algo assim me intriga...
- " Tem lá tino, rapariga,
Não há nada de intrigante!
Logo a dor se te mitiga
Em bebendo um chá de urtiga
Sem açucar... nem picante!"
Já cantava uma cantiga,
Muito simples, muito antiga,
Quando oiço, um tanto distante,
O som distinto e vibrante
De um telemóvel cantante...
Fui buscá-lo. Era uma amiga
Que, antes do tempo, desliga...
Decerto nada importante,
Penso, por não ser amante
De ligar-me a quem me liga...
Espero que, depois, consiga
Fazer chá contra a fadiga,
Deste folhedo urticante...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 09.11.2016 - 14.16h

SONETILHO COM VISTA PARA OS MARES DA LUA

02.11.16 | Maria João Brito de Sousa

FullMoon2010.jpg

SONETILHO COM VISTA PARA OS MARES DA LUA

*

 

Hoje a Lua está tão perto

Que quase posso tocá-la!

Dela só quero o incerto

Das marés que irão banhá-la

 *

 

E julgo ter descoberto

Que é desse mar que ela fala,

E  é nessas marés, decerto,

Que eu hei-de um dia alcançá-la…

*

 

Da janela em que repouso

Olho esses mar`s que mal ouso

Se calha ao longe avistá-los

*

 

E lá por serem lunares

Não deixarão de ser mares

Nem eu vou deixar de amá-los!

*

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.11.2010 – 15.41h