ESBOÇO DE JUSTO PROTESTO EM DOIS BREVÍSSIMOS ACTOS
(Décimas)
I
No punho de aço da luta,
No despique das cigarras,
Nesta estaca a que me amarras
Por boa, ou por má conduta,
Nesta constante labuta,
Eu, que desdenho das "farras",
Preparo as pontas das garras
Pr`á defesa - ou pr`á disputa... -
E atenta, ponho-me à escuta,
Do ribombo das fanfarras!
II
Ah, trovador que me narras
Na narrativa impoluta,
Distanciada e resoluta
Com que tanta vez me "agarras",
Faz das cordas das guitarras,
Seta certeira, arma arguta,
Que há sempre um filho da puta
Capaz de jurar que escarras,
Sempre que derrubas barras...
Venha a taça da cicuta!
Maria João Brito de Sousa - 26.07.2016 -18.12h
Imagem : "A Morte de Sócrates" - Jacques-Louis David (1783)