RATIO/CUORE
Lá fica a douta Razão
Incapaz de se afirmar,
Sem forma de se expressar,
Quando o louco Coração
Vem, tomado de paixão,
Pr`a ditar-lhe o que pensar
E, tomando o seu lugar,
Provoca a contradição
Entre a justa opinião
E a paixão que o comandar…
Claro está que a solução
Pr`á coisa se controlar
E a disputa se acalmar
Nem sempre se encontra à mão
Mas, com tanta dissensão,
Há que saber encontrar
Forma de os equilibrar
Ou será certo que, então,
Sem lugar pr`á dissuasão,
Se acabem por confrontar,
Chegando, mesmo, à agressão
Numa ânsia de conquistar,
Persuadir e derrotar
Que os foi tomando, à traição,
E, de cada, fez ladrão
Que, ao outro, tenta roubar
Pr`á seguir, o despojar
Da legítima ambição
Ou da mera inspiração
Que, em si, possa transportar…
O pior da situação
É quando um pede, a chorar,
Que o deixem continuar
E, a outra, a compensação
Pelo excesso de emoção
Que assim fez “desatinar”
E quase” descarrilar”
A sua concentração,
Destruindo a isenção
Do que, aqui, quis demonstrar!
Maria João Brito de Sousa – 12.07.2014, 19.01h
IMAGEM - Tela de Pablo Picasso (fase azul) dedicada ao seu amigo Sabartés