LUZ E SOMBRA - Décimas dedicadas a todos os poeta "pobres" que se aventuram no ciberespaço
Aos que pela lei da vida
Se vão da vida afastando
Mas por cá nos vão deixando
Obra digna de ser lida,
Partilhada e discutida
Que, mais tarde, analisando,
Bem se sinta que foi dando,
Enquanto seiva absorvida
E de novo repartida,
Mais do que outros vão roubando,
Deixo o beijo solitário
Deste poema sem berço
Nascido em leito submerso
E este abraço solidário
Que não conheceu horário
Nem terá sentido inverso
Pois nasce enquanto converso
E se solta, urgente e vário,
Desde o refrão proletário
Ao mais rico e controverso
Dos poemas que escrevi,
Dos sons que nunca compus,
Das telas que já não expus,
Do muito que li/não li,
Do que aqui ganhei/perdi
E de quanto se traduz
No contraste “sombra/ luz”
Que, por acaso, entendi
Dever deixar-vos aqui
Quando à escrita me propus.
Maria João Brito de Sousa – 11.04.2014 – 18.41h