SEXTILHAS A UM FIM DO MUNDO NO DESEMPREGO
(Poema satírico)
O Fim do Mundo, à cautela,
Pr`a não melindrar ninguém,
Pressentindo alguns sinais,
Munido duma tabela,
Foi informar-se, em Belém,
De outras tragédias rivais…
Entrou mudo e foi calado
Que acabou por desistir
De auscultar este governo…
Estava o país tão estragado
Que deu consigo a sorrir
Já comovido e fraterno…
Fez uma constatação
Perante a visita de estado
Que tanto o amoleceu,
Pois mostrou ter coração
- apesar de bem guardado… -
E foi isto o que entendeu;
“Com “sábios” deste calibre,
Na condução do país,
Mais me vale nada fazer!
Há lá quem os equilibre
Se cortam, pela raiz,
Quanto os faria crescer?
Se ao próprio povo retiram
O trabalho, a dignidade,
A segurança, o abrigo
E só em cifrões se miram,
Nem terão sagacidade
Para entender outro perigo!
Passo a ser um Fim do Mundo
Sem nada para fazer,
Muito jovem pr`á reforma,
Sem o conforto de um “fundo”
E, sem côdea que comer…
Tornei-me parte da norma!”
Maria João Brito de Sousa – 21.12.2012 – 17.24h
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