APENAS MAIS UM GRITO...
Manjericos, rosmaninhos,
Não tomem a dianteira
Que eu rumo à razão primeira
Da voragem dos caminhos!
Saibam-me em rumos perdidos
Por minha própria vontade
Quando a vossa for tão pouca
Que me obrigue a ser mais louca
Do que uma meia-verdade
Que apenas fale aos sentidos…
Oiçam-me em novas linguagens
- embora em corpo já gasto… -
Desdenhar das hierarquias
Ostentando as mãos vazias
Das coisas com que me basto
Quando dispenso as roupagens…
Rosa em jardim de cultivo,
Vem libertar-te também,
Sai desse espaço cativo
Que ousa prender-te… por bem!
Repara que nunca ordeno,
Que encontro sem procurar
E abomino as tradições…
Ou atenta nas razões
Que jamais te hão-de ocultar
As traições que eu mais condeno…
Crê na vida pela vida,
Sente o que souberes sentir…
E salta! Rompe o teu cerco,
Que eu, mesmo só, não me perco;
Sei sempre onde devo ir,
Nunca fico dividida… :)
Maria João Brito de Sousa – 15.05.2012 – 20.17h