Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

ANTES E DEPOIS DE TODAS AS COISAS (pequenas e grandes)

05.04.12 | Maria João Brito de Sousa

 

Antes de todas as coisas
Que poderia ter feito,
Fui ver o ramo em que poisas
E ouvi teu canto perfeito

Tão sublime me soou,
Tão pleno de melodia,
Que, só de ouvi-lo, exultou
Meu corpo em pura harmonia

Com este pulsar da terra
E das marés do seu mar
Vencendo os donos da guerra
Num tempo que é de lutar

Já não penso em desistir,
Que a hora é de acreditar
Nas coisas que estão por vir
Quando outro amanhã chegar

Quando, colhidos os frutos
Que são nossos, por direito,
Lembrar-me-ei, por minutos,
Desse teu canto perfeito…

Desse raminho em que poisas
E donde o teu canto vem,
Depois de todas as coisas,
Hei-de lembrar-me, também…



 

 

Maria João Brito de Sousa – 05.04.201 – 11.39h

A um melro que mora perto de mim, feito à pressa, depois de o escutar… por alguns minutos


AS TEIAS QUE O LUAR TECE

05.04.12 | Maria João Brito de Sousa

 

 AS TEIAS QUE O LUAR TECE

*

Nas teias que o luar tece
Por cima dos pinheirais,
Vez por outra me acontece
Ver longe e ver muito mais,
Mas, de quanto me aparece,
Nunca vi – nunca, jamais! –,
Nessas visões que m`oferece,
Razões que fossem normais…

*

Vi segredos bem guardados
De vontades por escrever
Atrás de mil cadeados
Qu`inda estão por conceber
Nos traços desencontrados
De enigmas por resolver,
Tão estranhamente esboçados
Que eu nunca pude entender
Por que me foram mostrados
Se não pedira pr`ós ver

*

Vi, nessas teias benditas
Que o luar teceu pr`a mim,
As mil coisas nunca escritas
Por mãos que fossem assim

*

Vi verdades, nessas teias
Que o luar me quis mostrar
E, depois de as ler, deixei-as
Pr`alguém que as soubesse achar

*

Vi letras de prata pura
Descrevendo esses pinheiros
Com a toda a casta ternura
Dos seus rebentos primeiros

*

Vi a vida que começa
No recomeço da vida!
Vi puzzles, peça por peça,
Sem me apressar na partida
E, como alguém que tropeça
Em causa desconhecida,
Vi tudo a crescer sem pressa
Ou foi-me a vista traída
Tal qual fosse apenas essa
A razão de eu estar perdida,
Sem certezas nem promessa
De encontrar uma saída…

*


Nas teias que o luar tece
À noite, sobre os pinhais,
Vez por outra me acontece
Ver longe e ver muito mais,
Mas, de quanto me aparece,
Não pude encontrar, jamais,
Nas transgressões que fornece,
Questões que fossem banais…

 

*

 

Maria João Brito de Sousa – 04.04.2012 – 23.13h

 

Poema submetido a ligeiras emendas em 07.04.2012