MINHA TERRA
Quem te estendeu, minha terra,
Sobre algas, areia e mar
Como quem chega e descerra
Reposteiros de luar?
Quem te polvilhou desse ouro
Das searas nas planuras
Como se fosses tesouro
Que tombasse das alturas?
Quem te desenhou assim,
De um traço firme e seguro,
Florida como um jardim
Sob um céu de azul tão puro?
Nas praias, rios e montanhas
Que, mesmo pequena, abraças,
Sorriste à graça tamanha
De abraçar todas as raças
Quem te estendeu, terra minha,
Sobre algas, mar e areia,
Tanto trigo e tanta vinha
Nos braços de cada aldeia?
Quem de ouro te polvilhou
As planuras do regaço
Quando o sol te iluminou
Desde as lonjuras do espaço?
Nas aldeias, nas cidades
Que de ti foram nascendo
Desabrocham as vontades
Cansadas de ir-se escondendo
E, quando a fome chegar
Quando os seus braços se erguerem,
Quando a voz se lhes soltar
Para exigir quanto querem
Da minha terra dourada,
Toda rios, toda montanhas,
Virão vozes revoltadas
De gentes brancas, castanhas,
De gentes de tantas cores
Como as flores da minha terra
De novo empunhando as flores
Como os soldados na guerra!
Ó minha terra-promessa
Da pressa que trago em mim,
Não há poder que me impeça
De cantar-te até ao fim!
Maria João Brito de Sousa – 16.08.2011 – 13.45h
NOTA - Estou, desde esta manhã, com o meu acesso bloqueado. Peço desculpa mas não deixo de perguntar-me porquê...