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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

MARIA

29.04.11 | Maria João Brito de Sousa

MARIA

*

De tudo me privo

Mas nada me cala

Se, rindo, me esquivo

De alheia bengala

*

Perdida no tempo,

Não tenho mais nada

Senão o que invento

Na areia molhada

*

 

Resumo ou produto

Do estanho dos dias,

Sou velha, mas luto

Como as mais Marias!

*

 

Mª João Brito de Sousa

29.04.2011

***

 

 

 

 

 

PERFIL DE MULHER

28.04.11 | Maria João Brito de Sousa

Percorro o mesmo caminho

Que um outro humano qualquer

[meu céu tem forma de ninho

como um ventre de mulher…]

 

Quando o dia se aproxima

Ergo, à luz do que farei,

Um templo à estranha menina

Que fui, que sempre serei…

 

Canto as horas e os minutos

Em palavras que improviso

Como se fossem os frutos

Com que alimento o meu riso,

 

Salto na corda dos dias

E, ao saltar, fico parada

Rememorando arrelias

De quem nunca arriscou nada

 

Nuns dias, de barro humano,

Noutros, feita de papel,

Fiz nascer asas de pano

No dorso do meu corcel

 

Quis então soltá-lo ao vento

Mas ele nem tentou partir…

Deu-me em troca algum talento

Que ninguém queria assumir…

 

Mais tarde, quando ele morreu,

Peguei nas asas, voei,

Fui levar quanto era seu

Ao céu que eu nunca encontrei

 

Procurei com mais jeitinho

E acabei por perceber

Que o céu cabia, inteirinho,

Neste perfil de mulher…

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 27.04.2011 – 18.21h

DEMASIADO LONGE?

27.04.11 | Maria João Brito de Sousa

 

Lá longe e voa sozinho

Aquele pardal de cidade

Que nunca largara o ninho

Nem gozara a mocidade…

 

Tão longe! Ninguém diria

Que uma avezinha banal

Chegasse onde não podia

Chegar mais nenhum pardal…

 

Voou tão longe e tão alto

Que ninguém o viu passar;

Cá em baixo, o duro asfalto,

Por cima, o brilho lunar…

 

Não parou… se não podia!

Se a Natureza o chamava

Nos tons de uma melodia

Que nenhum outro escutava…

 

Voou! Foi além da Lua,

Viu passar estrelas cadentes

Sem se opor à força crua

Que assim tentava inocentes…

 

Estava já longe demais

Quando, em vão, tentou voltar...

[eu, como os outros pardais,

voo o que posso voar!]

 


 

 

Maria João Brito de Sousa – 26.04.2011 – 19.18h

(Tão repentino como um jorro de torneira…)

 

 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET