FICA TÃO PERTO SONHAR...
Nada compro e não me vendo.
Pouco tenho, na verdade…
Mas serei quem, nada tendo,
Se multiplica em vontade!
Um pouco de tempo agora,
Um bocadinho, depois,
E, antes de me ir embora,
Consegui escrever por dois!
Quase nada vos darei
Mas, desta humilde pertença,
Sei muito bem que farei,
Muito mais tarde, a dif`rença…
Posso nunca ter certezas
Mas, não me faltando a fé,
Transformo em força as fraquezas
Escrevendo da proa à ré!
Angústias e depressões
Foram ficando pr`a trás,
Noutras quaisquer dimensões;
Se “poeto”, é sempre em paz!
Talvez tão estranha existência
Me coloque em situação
De provocar turbulência
Neste mar de multidão,
Mas, de tudo o que fizer,
Quero estar muito segura
De ser poeta e mulher;
Uma escreve… a outra é pura.
Enquanto, nisto, for útil,
Pr`a quê forçar o caminho?
Tudo o mais parece fútil
E um Poema é sempre um ninho…
Se nele me puder deitar
Depois de cada passada…
Fica tão perto sonhar
E é tão longa a caminhada!
Maria João Brito de Sousa – 14.02.2011 – 18.45h