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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

EU, INCENSÁRIO

24.01.11 | Maria João Brito de Sousa

 

 

INCENSÁRIO
*

Tudo o que faço ou que digo,
Tudo o que sinto e que penso
Tudo quanto em mim couber,
Vive em mim, cresce comigo,
E arde em qual pau de incenso
Num incensário qualquer
*

Há dias em que, calada,
Digo mais do que falando;
Noutros, falo sem parar
Mas não digo quase nada,
Falo apenas por falar
Daquilo que vou pensando
*

Porém, fale muito, ou pouco,
Dir-vos-ei sempre a verdade
Sobre aquilo que sentir:
Nesse incensário só toco
Se alguma necessidade
Mais premente o exigir.
*


Maria João Brito de Sousa 

22.01.2011 – 20.22h

 

 

O POEMA

20.01.11 | Maria João Brito de Sousa

Deste quase desespero,

Muito além do que eu comando

Num momento indescritível,

Nasce um verso que não espero,

Nunca sei como, nem quando,

De um parto quase impossível…


Mas surge e ninguém o trava,

Nem força alguma o impede

De dar voz à voz que tem!

Tudo oferece, mas gostava,

Que o pedisse quem não pede

Por nunca avisar que vem…


Com força avassaladora

Dá-me mais que o que promete

No segundo em que nascer

Mas, a seguir, vai-se embora

Tão veloz quanto um foguete

Que acabou de se acender…


É do mundo, e nunca o foi,

Sabe tudo, e nada sabe;

É sempre paradoxal!

Quantas vezes me não dói

E, muito embora se apague,

Queima-me e não me faz mal…


Ninguém lhe aponta uma estrada

Ou lhe propõe um caminho

A que queira dar ouvidos!

Sabe que a hora é chegada

E faz-se à vida sozinho,

Mesmo entre irmãos já nascidos…


Cabe em mim, mas dele me sobra

Mais do que em mim vai cabendo,

Embora o Tempo acrescente

Cada instante que ele me cobra,

Pois, quando o estiverem lendo,

Florirá como a semente!

 

 

 


Maria João Brito de Sousa – 19.01.2011 – 22.49h

ASTRO SEM ÓRBITA

17.01.11 | Maria João Brito de Sousa

 

Vi os céus de um outro mundo

Nesta luz de que me inundo,

Neste luar que não peço

E fiquei de alma perdida

Sabendo que fui vencida

Por um astro que não esqueço


Fui, desde a Lua até Marte

Por puro amor pela arte

Que me corre pelas veias!

Sempre que a vida me chama,

Envergo o manto de lama

Das seculares alcateias…


Saio depois, desse encanto,

Exibindo a cor do manto

Que a vida me permitiu

E, além da curva da estrada,

Não descubro mesmo nada

Senão que esse astro partiu!

 

 

 


Maria João – 15.01.2011 – 23.24h

MOMENTOS E ETERNIDADES

13.01.11 | Maria João Brito de Sousa

 

Sob um céu cheio de estrelas,

O mais certo é que quem passa

Pelas ruas da cidade,

Se ponha a olhar pr`a elas

E, ao olhar, encontre a graça

De entender outra verdade...

 

São pontinhos coloridos

Salpicando o negro manto

De uma luz que mais parece

Nascer dos cinco sentidos

Pr´a nos mostrar novo encanto

Sempre que um dia anoitece...

 

Quantas vezes não partiram

As mil estrelas que então vemos

A luzir no firmamento?

Os olhos, porém, sentiram

Que através deles as fazemos

Eternas... por um momento...

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

Imagem retirada da internet

BOTÕES DE MAIO

10.01.11 | Maria João Brito de Sousa

 

Não eram botões de Maio

Nem estrelas, nem sóis, nem luas,

Nem cometas, nem quimeras…

Foi tão só um papagaio

Subindo destas mãos nuas

Sem a bênção de uma espera…


Foi capricho de um destino

Que levava atrás de si

Sem que a razão mo pedisse,

Corpo e alma de um menino

Que partiu assim que ouvi

O que essa voz me não disse…


Foi num Maio em mil botões

De mil rosas por florir,

Sem promessa de raiz,

Na pior das solidões,

Sem a esperança de um porvir,

Sem perceber que mal fiz!

 

 

 


Maria João Brito de Sousa – 07.01.2011 – 18.15h