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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

CONDUZIU-ME A TUA MÃO...

22.07.10 | Maria João Brito de Sousa

Conduziu-me a tua mão,

Da brancura imaculada

Em que os meus dias nasceram,

Às cores de outra tentação;

O percorrer de uma estrada

Onde os brancos se perderam…


Eu, que era “branco no preto”,

Avessa às meias-verdades,

Às intrigas, às traições,

Usei, de modo indiscreto,

As tuas fragilidades

A bem das minhas paixões…


E foi tal o desconcerto,

Tanta coisa se insurgiu

Por dentro de nós os dois

Por obra de um tal aperto,

Que a harmonia nos fugiu

E o amor… fugiu depois.

 


Maria João Brito de Sousa – 10.07.2010 – 19.43h

 

 


Maria João Brito de Sousa

DEI-TE MAIS DO QUE PEDIAS...

21.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

 

Dei-te mais do que pedias

E deixei-te a sensação

De estares na periferia

Da cratera de um vulcão…


Pobre humano que não tinhas

Nem sombra das minhas asas,

Querendo ter pão e sardinhas

Sem que passassem por brasas…


No entanto, foste amado,

Provavelmente bem mais

Do que tu, pobre coitado,

Pudeste sonhar, jamais


Mas, não sendo o que tu querias,

Devo pedir-te perdão

Por tentar, todos os dias,

Que fosse essa a tua opção…

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Imagem retirada da internet

 

 

SALTA!

20.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Salta, amigo salta!

Mais alguns minutos

E a maré, mais alta,

Não mais dará frutos…

 

Salta e faz-te à vida

Noutro recomeço

Que a barca é perdida,

Que o farol aceso

 

Avisa-te; - Salta

Neste mesmo instante!

Que a maré vai alta,

Que a onda gigante

 

Se te apanha e leva…

Tu estarás perdido

E o pouco que eu escreva

Não fará sentido!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 91.07.2010 – 18.49h

 

Imagem retirada da internet

MONO-DUPLICIDADE...

19.07.10 | Maria João Brito de Sousa

Em todo e cada Poeta

Existe uma eternidade

Que a si mesma se completa

Em mono-duplicidade


Assim, desfolhando rimas

Como quem espalha sementes,

Semeia e colhe obras-primas

De versos inconsistentes,


Desdenha as cordas que o prendem;

Mesmo ferido, não desiste…

[poetas nunca se rendem

enquanto um verso persiste!]


Na mono-duplicidade

Que a si mesma se completa,

Existe uma eternidade

Em todo e cada Poeta!

 


Maria João Brito de Sousa

 

BOLHAS NAS PALMAS DOS POEMAS...

16.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

 

Calham, por vezes, nascer-me

Bolhinhas de uso excessivo

Nas palmas de alguns poemas…

Pr`as curar, terão de ler-me

Que isto de ser criativo

Pode trazer-me problemas…


São feridinhas supuradas,

Fruto de um constante atrito

Entre o poema e os dias

Que me ardem quando infectadas,

Que eu sinto, logo acredito

Que não são simples manias…


Podem parecer pequeninas

Mas são muito dolorosas

E exigem tal tratamento

Que já não há aspirinas

Que aliviem as teimosas

Das bolhas… que sofrimento!!!

 

 

Maria João Brito de Sousa

 


 

Imagem retirada da internet

DO MEU CHAPÉU DE PALHAÇO...

15.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Desta vida de cansaço

Retiro, acima de tudo,

Do meu chapéu de palhaço,

As coisas com que me iludo...

 

 

Sou, portanto, ilusionista

E pertence-me o direito

De apontar na minha lista

O nome de cada eleito.

 

 

Alguns serão preteridos

(são os ossos deste ofício...)

Mas outros serão escolhidos

Desde que limpos de vício

 

 

E quando o “show” recomeça

Tudo me sai do boné;

Dou-me a mim, peça por peça,

Curvo a cerviz, digo: - “Olé!”

 

 

Nesta vida engendro um espaço

Pr`as coisas com que me iludo

E, num chapéu de palhaço,

Num nada cabe-me tudo...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 15.07.2010 -14.41h

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 11.07.2010 – 13.31h

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem retirada da internet

A PASSAGEIRA CLANDESTINA

14.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Na curva de cada esquina,

Por cada passo que dei;

Meu sorriso de menina

E as asas que dele herdei!


Passo a passo e dia a dia

Sonho, construo, desvendo

Os meandros da harmonia

A que, sorrindo, me prendo…


Dobro a curva, passo a esquina,

Torno à esquina que dobrei

Mal o dia se ilumina

Volto aos sonhos que sonhei!


Já vai longa a caminhada.

Tanta esquina… quantas mais

Caberão na curta estrada

Que vai de mim ao meu cais?


Fico na curva da esquina,

Contando os passos que dei,

Sorrindo como a menina

A que não retornarei…


As asas foram herdadas,

Mas, pelos passos que der,

Nascerão novas calçadas

Das pedras do meu “mester”!


Dou por mim junto da esquina,

A pensar se não serei

Passageira clandestina

Das asas com que voei…

 

 


Maria João Brito de Sousa  -  12.07.2010 – 18.37h

NO SOLSTÍCIO DO COSTUME...

13.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Meu amor, espero por ti

À hora menos provável

Do solstício do costume…

Nesta boca, que sorri

Num trejeito inconfessável,

Trago gelo, em vez de lume…

 

Do meu abrigo invisível,

Não sei senão perscrutar

Sinais de um outro universo…

Sei, pobre amor impossível,

Não te poder ofertar

Um desamor mais adverso!

 

Espero, portanto, por ti

À hora menos provável

Do solstício do costume…

Ai, amor, quanto eu me ri

Deste encontro/inencontrável

Sem desejo e sem ciúme!


Não te traço o meu perfil;

Não te darei quaisquer pistas

Pr`a que possas encontrar-me…

Meu convite é um ardil

E o que eu quero é que desistas

Ou nem tentes procurar-me…


Mas, a bem das aparências,

Meu amor, digo que espero

Muito embora te não queira…

Amor, as tuas ausências

São tudo aquilo que quero;

Tudo o mais… é brincadeira!

 

 


Maria João Brito de Sousa – 11.07.2010 – 09.17h

SE VÊS, REPARA!

12.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Repara, amigo, repara

Como os tempos vão mudando,

Como a voz me não sai clara,

Como os anos vão passando…

 

Repara nestes cabelos

Que se tingiram de branco,

Não mais os negros novelos

Dos tempos do riso franco…

 

Vê que as rugas já despontam

Nesta face e, demarcadas,

Quais leitos de rios, te apontam

Pr`a estrelas quase apagadas…

 

Portanto, amigo, repara

Que os anos foram passando…

Se a voz, a ti, te sai clara,

A minha vai rouquejando…

 

Repara nas minhas mãos,

Agora menos seguras…

Tempos houve em que a paixão

As tornou bem menos puras

 

E, se em verdade trabalham

Sem descansar um segundo

Por vezes, cansadas, falham

Nas exigências do mundo…

 

Eu, de cansada daquilo

Que a ti te pode interessar,

Escrevo poemas “ao quilo”

E só a eles me sei dar

 

Por isso, se vês, entende

Que me seria impossível

Aceitar, de quem mo estende,

Um amor tão perecível…

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

A FALAR, COMO AQUI FALO

09.07.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Em boa verdade digo

Que, às vezes, também me calo

Pois pode haver algum perigo

Em falar como aqui falo…


Eu sempre fui destemida,

Senhora do meu nariz,

Quando sei estar protegida

Por aquilo que Deus quis…


Disse coisas temerárias

Das quais nunca me arrependo

Pois sei que, de formas várias,

É a errar que eu aprendo.


É por isso que aqui digo

Que há coisas de que não falo

Muito embora haja algum perigo

Em calar como eu me calo…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 04.07.2010 – 20.58h

 

 

 

"PRESO POR TER CÃO, PRESO POR NÃO TER..." - Vox Populi

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