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http://asmontanhasqueosratosvaoparindo.blogs.sapo.pt

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EIS AS MONTANHAS QUE OS RATOS VÃO PARINDO

por muito pequenos que pareçam ser... NOTA - ESTE BLOG JAMAIS SERVIRÁ CAFÉS! ACABO DE DESCOBRIR QUE OS DOWNLOADS SE PAGAM CAROS...

POEMAS DE PUNHO EM RISTE

29.06.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Vem ler-me, amigo, não temas

Poemas de punho em riste!

Eu só te trago estes temas

Porque tu próprio os pediste…

 

Poemas são libertários

- está na sua natureza… -,

Pedem pão, querem salários,

Protestam contra a pobreza…

 

Por isso, amigo, não estranhes

Se também disso eu falar

Sabendo, embora, que ganhes

Muito mais do que eu ganhar…

 

Palavras, leva-as o vento

E eu pouco mais sei fazer,

Mas trabalho o meu talento

Nos versos que aqui escrever.

 

Decerto aceitas palavras…

Eu mais não tenho pr`a dar

E tu que constróis, que escavas,

Podes até protestar,

 

Podes pensar que não faço

Metade do que fizeste,

Mas, amigo, este meu braço

Já deu tanto quanto deste.

 

Não tenho nada a perder,

Portanto digo a verdade

E, em vez de repreender,

Vem ler-me à tua vontade!

 

Encontrarás, com certeza,

Palavras que sempre ouviste,

Mas, repara… que surpresa!

Trazem sempre um punho  em riste!

 

 

Maria João Brito de Sousa, 28.06.2010

EU FAÇO SEMPRE O QUE DIGO E DIGO SEMPRE O QUE FAÇO

28.06.10 | Maria João Brito de Sousa

 

Amigo, eu sei o que digo

E digo sempre o que faço

Por isso, se és meu amigo,

Não queiras torcer-me o braço!

 

Acredito na procura,

Na transcendência da vida,

Na lucidez da loucura,

Na pequenez da medida,

 

Na arquitectura das horas

Do misticismo ao pagão,

No canto de aves canoras,

No mito de Eva e de Adão.

 

Creio, amigo, ter explicado

Os riscos que irás correr

Se acaso fores tão ousado

Que me tentes conhecer…

 

Mas em verdade te digo

Que digo sempre o que faço

E, se queres ser meu amigo,

Não tentes torcer-me o braço!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 27.06.2010 – 21.03h

MENINOS

16.06.10 | Maria João Brito de Sousa

É na rua, Deus Menino

 Que eu descubro os pequeninos

Que têm frio, têm fome.

Outro tempo, outros destinos,

Partilhando um mesmo nome;

Não são Deus, são só Meninos.

 

Todos crianças pequenas,

- quem sabe se irão crescer… -

Tantos anos, tanto tempo

Que podem nunca viver

Só por falta de alimento…

[…ou excesso de outro Poder?]

 

 

Maria João Brito de Sousa

NUMA CALÇADA SEM PEDRAS

08.06.10 | Maria João Brito de Sousa

Agora sei que, na estrada,

Choram pedras de calçada

Numa calçada sem pedras…

 

Lágrimas que assim vão escondendo

O sal do mar que em mim prendo

Em marés agora negras.

 

Agora sei e não esqueço

Que é assim que pago o preço

Da sede que me guiava

 

Da sede que em mim crescia

 Quando, ao sol do meio-dia,

Em pedras me transformava.

 

Que loucos, loucos anseios

Brotaram desses passeios,

Das pedras que percorri…

 

Pedras que a mim se prenderam,

As mesmas que me perderam

Quando as lancei sobre ti…

 

Agora sei que, na estrada,

Choram pedras de calçada

Numa calçada sem pedras.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

NOTA - A minha primeira letra para um fado