RIMAS MUITO SOLTAS
Deito contas à corrente
Das rimas que tenho escritas
E, se as tenho por benditas,
Tenho-as por mal arrumadas...
Nas refregas e canseiras
A que a vida me condena
Só sei recorrer à pena
Nas horas mais derradeiras
E, se o Relógio-de-Sol
Que me guia, Norte-Sul,
Um dia desatinar...
Não hei-de pôr-me a chorar!
Antes pinto o céu de azul
E deito a alma a voar!